UMA FINALIZAÇÃO, SÓ TRÊS DRIBLES E 30 PERDAS DE POSSE DE BOLA, o resumo da volta de Neymar no 0 x 0 com a Colômbia, após cumprir suspensão no jogo com a Venezuela, se é que se pode dizer que Venezuela x Brasil foi um jogo. No entanto, não foram os números da estatistica nem a atuação apagada de Neymar, que mais chamaram a atenção dos observadores, mas a declaração dele, de que não sabe se terá condições de cabeça para disputar outra Copa. Se for para jogar o que está jogando, melhor que não tenha.

NEYMAR TERÁ 30 ANOS E 10 MESES NA COPA DO MUNDO DE 2022, primeira a começar na segunda quinzena de novembro, e última com 32 seleções, e estará com 34 anos e 5 meses, ao se iniciar a Copa do Mundo de 2026, em junho, primeira com 48 seleções e em três sedes (Estados Unidos, México e Canadá). Quando o Brasil foi bicampeão pela única vez, em 1962, a maioria dos campeões de 1958 estava com mais de 30 anos. Nem por isso o rendimento diminuiu.

OS RECURSOS DAS SELEÇÕES DOS ANOS 50 E 60, quando não se poderia imaginar que a evolução dos produtos chegasse aos níveis atuais, eram mínimos. A bola (de encher), chuteira (com prego) e camisa (de tecido pesado). Poucos sabem que a seleção da Copa de 58 tinha sapateiro (Aristides, do Bangu), um roupeiro (Francisco de Assis) e um massagista (Mario Americo), ambos do Vasco. Bola, chuteira e camisas de hoje são feitas no mais elevado padrão de tecnologia.

OS TÉCNICOS QUE GANHARAM AS DUAS PRIMEIRAS COPAS, Vicente Feola (1958) e Aymoré Moreira (1962) tinham só um preparador físico (Paulo Amaral), um médico (Dr.Hilton Gosling), um supervisor (Carlos Nascimento), um massagista (Mario Americo) e o chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, e a CBD tinha João Havelange o dirigente mais capaz do futebol mundial, reconhecimento que mereceu ao ser o único sul-americano eleito presidente da Fifa.

PODERIA FALTAR TUDO NAS SELEÇÕES QUE GANHARAM AS COPAS DE 58 E 62, já lá se vão mais de 60 anos, só não faltava material humano de primeira qualidade. As seleções tiveram capitães (Bellini e Mauro), com postura marcante, firme, autênticos líderes natos. Nos dias atuais, recordar nomes que entraram na história e nela ficarão para sempre, é coisa de saudosista. Durante mais quanto tempo, alguém vai se lembrar e sentir saudade da seleção de hoje?

Foto: Jovam Pan