UM DIA DEPOIS da torção do joelho esquerdo, aos 44 minutos do 1º tempo da derrota por 2 x 0 para o Uruguai, o ortopedista mineiro Rodrigo Lasmar, de 45 anos, médico da seleção brasileira, disse nesta 4ª feira (18), que os exames clínicos e de imagem, feitos em São Paulo, revelaram que Neymar sofreu ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco, após a torção, e terá que ser submetido à cirurgia, para correção das lesões, ainda sem prazo previsto.
A TRIGÉSIMA LESÃO da carreira de Neymar, foi a primeira que o atacante sofreu no joelho esquerdo, depois de sete lesões no pé direito e na coxa esquerda; cinco na coxa direita; quatro no pé esquerdo; duas nas costelas; uma no joelho esquerdo e uma na região lombar. Desgaste muscular; caxumba, em agosto de 2015, no Barcelona, e Covid-19, em setembro de 2020 no PSG, três anos após o clube francês pagar a multa ao Barcelona, completam as 30 lesões de Neymar.
AO ACENAR EM DESESPERO, pedindo atendimento urgente, ao cair de mau jeito no gramado, próximo ao grande círculo do Estádio Centenário, Neymar já não suportava as dores da torção do joelho esquerdo, e chorou muito, antes e depois de ser colocado na maca, transportada pelo carrinho do serviço médico do estádio. Mais uma vez, a atuação do médico Rodrigo Lasmar foi bem rápida e eficiente, o que amenizou o sofrimento do atacante.
NEYMAR JÁ SAIU de muletas do vestiário, sem pisar com o pé esquerdo, e com uma atadura de proteção na perna. O atacante paulista completará 32 anos em 5 de fevereiro de 2024, e com sua experiência em casos semelhantes, o médico Rodrigo Lasmar antecipa que “a cirurgia será bem-sucedida e Neymar terá recuperação completa”. O médico só não quis antecipar em quanto tempo o jogador do saudita Al-Hilal poderá voltar a jogar.
A NOITE DA 3ª FEIRA, 17 de outubro de 2023, foi desastrosa para Neymar e para a seleção, que ficou sem sua principal referência, além de perder a invencibilidade de 37 jogos, após 29 vitórias e 8 empates; de perder a invencibilidade de oito anos nas eliminatórias; de perder para o Uruguai depois de 22 anos; de sofrer dois gols da seleção uruguaia, depois de catorze jogos; de perder a vice-liderança para o Uruguai e de ficar com menos sete pontos que a líder Argentina.
URUGUAI 2 x 0 BRASIL, gols de Darwin Nuñez e Nicolás de la Cruz, foi o 128º jogo de Neymar pela seleção, terceiro do ranking, depois dos ex-laterais Cafu (150) e Roberto Carlos (132), titulares em todos os jogos da Copa de 2002, última das cinco ganhas pela seleção recordista. O técnico Fernando Diniz assumiu a culpa pelos dois últimos maus resultados: 1 x 1 com a Venezuela e 0 x 2 com o Uruguai.
O INÍCIO DO TRABALHO do técnico interino está seriamente comprometido. A seleção não mostrou criatividade; o rendimento ofensivo foi inexistente, e os dois últimos gols foram de bola parada, em cobranças de escanteio, com os gols de cabeça dos zagueiros Marquinhos e Gabriel Magalhães. O Brasil tem números idênticos aos da Venezuela – 7 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 1 empate, saldo de 3 gols, e a única vantagem é a de ter marcado mais dois gols (7 a 5), mas sofreu 4, e a Venezuela, 2.
OS ÚLTIMOS JOGOS de 2023 da seleção brasileira serão em novembro, dia 16, com a Colômbia, ainda invicta, no Estádio Metropolitano de Barranquilla, e dia 21, no Maracanã, com a Argentina, líder invicta com 100% de aproveitamento – 4 jogos, 4 vitórias -, única que ainda não sofreu gol; tem o artilheiro Messi, com 3, empatado com o uruguaio Nicolás de la Cruz, e o segundo ataque, com 7, só menos 1 gol que o do Uruguai.
Foto: Guillermo Legaria / Correspondente autônomo/Getty Images