Quatro dias depois de ser demitido do Santos, o mineiro Fernando Diniz, de 47 anos, foi anunciado ontem (9) como novo técnico do Vasco, chegará ao Rio amanhã (11) e dirige domingo (12) o primeiro dos quatro treinos, antes da estreia com o vice-líder CRB, quinta (16), no estádio Rei Pelé, em Maceió. Ele assume o time em oitavo lugar, com 32 pontos, a 6 do Botafogo, último do G-4, e terá 15 jogos, sete em casa, oito fora, para tentar levar o Vasco de volta à Série A em 2022.

OS OITO FORA – Depois da estreia, o Vasco terá mais sete jogos como visitante, com Brusque, Confiança, Sampaio Corrêa, Náutico, Guarani, Vila Nova e Londrina, na última rodada, dia 27 de novembro. Bom lembrar: com o técnico Marcelo Cabo, em sete jogos fora do Rio, o Vasco empatou três, perdeu dois, e só ganhou do Brasil (2 x 1, de virada), e com o técnico Lisca, em cinco jogos como visitante, o Vasco perdeu quatro e só ganhou do Vitória (1 x 0).

OS SETE EM CASA – O primeiro jogo do novo técnico em São Januário será com o Cruzeiro, dia 19, e os outros seis em casa serão com Goiás, Coritiba, CSA, Botafogo, Vitória e Remo. Bom lembrar: com o técnico Marcelo Cabo, em sete jogos em São Januário, o Vasco perdeu os dois primeiros, ganhou quatro e empatou um, e com o técnico Lisca, em cinco jogos em São Januário, o Vasco venceu três, empatou um e perdeu 2 x 1 de virada para o Londrina.

45 JOGOS – Com Fernando Diniz, o Vasco disputará 45 pontos, 21 em casa, 24 como visitante. O Vasco já jogou (e perdeu para o Avaí) e pode terminar a vigésima terceira rodada com menos 9 pontos que o quarto colocado, se amanhã (11) o Botafogo, com 38, vencer o Londrina, e se houver vencedor em CRB x Goiás, a 10 pontos do Goiás, que somaria 42, ou a 11 pontos do CRB, que somaria 43. Se CRB e Goiás empatarem, o Vasco ficaria a 8 pontos do Goiás e a 9 do CRB.

PSICÓLOGO – O novo treinador chega ao Vasco admitindo que poderá aplicar muito do que aprendeu no curso de psicologia da universidade paulista de São Marcos, em um momento de transição, após a segunda troca de técnico, sem que a equipe tenha conseguido alcançar o principal objetivo: um dos quatro primeiros lugares, que levam à Série A em 2022. Fernando Diniz contará com o apoio dos assistentes Eduardo Zuma, paulista de 38 anos, e Yan Razera, catarinense de 46 anos, e do preparador físico Wagner Bertelli, paulistano de 56, todos da sua comissão técnica permanente. 

O MEIA – Ariano de 27 de março, Fernando Diniz é de Patos de Minas, a 415 km da capital Belo Horizonte. Meia de pouca projeção, começou no paulistano Juventus, em 93, e parou de jogar em 2008 no Gama, do Distrito Federal. Em 15 anos, passou pelo Guarani, Corinthians, Palmeiras e Paraná, antes de fazer parte do grupo campeão carioca de 2002 do Fluminense, e em 2003, emprestado ao Flamengo, só conseguiu fazer 12 jogos, devido às lesões no joelho.

O TÉCNICO – Fernando Diniz iniciou como técnico em 2009, ganhando a Série A3 e a Copa Paulista no Votoraty FC, fundado quatro anos antes. Em 2010, no Paulista de Jundiaí, ganhou de novo a Copa Paulista, e foi demitido, pela primeira vez, em 2011, pelo Botafogo de Ribeirão Preto, que só dirigiu em quatro jogos. Em 2015, só ficou 17 jogos no Paraná Clube, e em março de 2016 treinou o Audax, até junho de 2017. 

FLUMINENSE – Em janeiro de 2018 entrou no Athletico Paranaense, e saiu em junho, por maus resultados. Em 2019, no Fluminense, prêmio de melhor técnico do Carioca, mesmo em quarto lugar, mas foi demitido em agosto, após nove derrotas, deixando o time em antepenúltimo no Brasileiro. O período mais longo de Fernando Diniz foi o de 16 meses no São Paulo, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2021, com 34 vitórias e o time em sexto no Brasileiro. 

NO VASCO, a partir do primeiro treino, Fernando Diniz tentará fazer com que a equipe preserve uma das coisas de que mais gosta: o toque de bola. Os times que ele dirige são orientados a não dar chutão, isolando a bola de qualquer maneira, nem mesmo quando a pressão do adversário é mais forte. A troca constante de posição, em deslocamentos rápidos, é outra de suas exigências, assim como a participação do goleiro, que precisa saber sair jogando com os pés.

FERNANDO DINIZ está entre os técnicos mais advertidos com cartão amarelo porque não aceita certas marcações dos árbitros e extravasa, reclamando com palavras e gestos. Sua última expulsão foi em 11 de maio, ao estrear no Santos vencendo (1 x 0) o Boca Juniors, na Vila Belmiro, na fase de grupos da Libertadores. A derrota (2 x 1) para o Cuiabá, no último sábado (4), levou o Santos a demiti-lo. Agora é vida nova, em 15 jogos, para fazer o Vasco voltar à Série A.

Foto: Diário do Rio Claro