Evening Standard
Com atuação primorosa e participação nos gols de uma vitória muito importante como visitante, o meia canhoto argentino Di Maria foi o destaque dos 2 x 1 do Paris Saint Germain sobre o Manchester United, no jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, diante de 75 mil torcedores, no estádio Old Trafford, na noite desta terça (12). Di Maria fez com que o PSG em nada sentisse a ausência de Neymar e Cavani, e agora só precise do empate, dia 6 de março em Paris, para passar às quartas de final.
ANIVERSÁRIO – Di Maria antecipou o próprio presente de aniversário de 31 anos, que vai completar nesta quinta (14), ao mesmo tempo em que comemora 15 anos bem-sucedidos no futebol europeu, onde estreou em 2004 pelo Benfica e até 2010 fez 15 gols em 123 jogos. De 2010 a 2014, no Real Madrid, 36 gols em 190 jogos. No Manchester United, só 4 gols em 32 jogos, em sua única temporada, em 2014-2015. No PSG desde 2015, marcou 60 gols em 167 jogos, que completou nesta terça (12).
ANGEL (Anjo, em português) Fabian Di Maria Hernandez, nascido em Rosário – onde também nasceu Messi, seu amigo e parceiro -, é um dos canhotos mais conceituados do futebol argentino, pela precisão nos lançamentos e pelas finalizações. No primeiro gol, aos oito do segundo tempo, ele bateu um escanteio de canhota, sob medida, que o zagueiro Presnel Kimpembe, 23 anos, 1,83m, nascido no Congo e naturalizado francês, desviou para marcar. Kimpembe foi dos mais jovens campeões do mundo em 2018.
O VELOCISTA – Kylian Mbappé – revelação da Copa do Mundo de 2018 e um dos campeões mundiais mais jovens da história, aos 19 anos -, foi outro destaque dos 2 x 0 sobre o Manchester United. Ele, agora aos 20 anos, feitos em janeiro, aproveitou bem o cruzamento rasteiro de Di Maria para marcar o segundo gol. Mbappé, artilheiro do campeão francês, chegou aos 22 gols na temporada, um a mais que o uruguaio Edinson Cavani. Foi seu sétimo gol em nove jogos na Liga dos Campeões.
ESTRATÉGIA – O técnico alemão Thomas Tuchel, de 45 anos, mereceu elogios pela estratégia na montagem do time, sem ter Neymar e Cavani, seus homens-gol. Ele passou o zagueiro brasileiro Marquinhos para o meio-campo e colocou Kimpembe na zaga, além de promover o retorno do baiano Daniel Alves à lateral-direita. Centralizou o meia italiano Marco Verratti e criou mais espaço para Di Maria e Mbappé. Foi a melhor exibição do PSG, desde que Tuchel assumiu o time em maio.
TEATRO DOS SONHOS – Assim o estádio de Old Trafford, do Manchester United desde a fundação em 1910, foi chamado por Bobby Charlton, que defendeu o time em 758 jogos e marcou 249 gols, de 1954 a 1973, quando foi homenageado com uma estátua em tamanho natural. Charlton foi da seleção que ganhou a única Copa do Mundo em 1966. Pois nesta terça (12), o Teatro dos Sonhos tornou-se um pesadelo e os torcedores perderam o fair-play, hostilizando Di Maria com palavras grosseiras.
EXPULSÃO – O atacante francês Paul Pogba, campeão do mundo, também se irritou e acabou expulso aos 43 do segundo tempo, após a segunda falta no italiano Marco Verratti. O jogo foi pegado, tenso e teve 24 faltas, 17 cometidas pelo time inglês, que recebeu quatro cartões amarelos e o vermelho, enquanto para o PSG foram quatro advertências. “Nada está perdido. Ainda há chance de conseguirmos a classificação” – resumiu Gunnar Solksjaer, técnico norueguês do Manchester United.
SILÊNCIO – Perfilados no centro do gramado, os jogadores do Manchester United e do PSG, com o silêncio absoluto dos torcedores, homenagearam o ex-jogador argentino Emiliano Sala, morto na queda de um helicóptero no Canal da Mancha, e o goleiro inglês Gordon Banks, que morreu hoje (12), aos 81 anos. Banks fez a defesa mais comentada da história das Copas, em 1970, em cabeçada de Pelé, no estádio Jalisco, em Guadalajara, onde o Brasil ganhou (1 x 0) da Inglaterra. Um dos lances inesquecíveis da minha carreira de repórter, na primeira das oito Copas consecutivas que cobri.
Fotos: Correio 24 horas , Destak Jornal , IOL , Evening Standard ,
AS English – Diario AS , Sports Illustrated ,m
The Straits Times