Um dia depois da derrota (1 x 0) para o Cuiabá, no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil, o Botafogo demitiu hoje (28) Bruno Lazaroni, que aceitou voltar a ser assistente, e anunciou Flávio Tênius, treinador de goleiros, como técnico interino no jogo de sábado (31) com o Ceará, quando o time voltará ao estádio Nilton Santos para o último jogo do turno do Campeonato Brasileiro, tentando se afastar das últimas colocações. Bruno Lazaroni saiu após 2 vitórias, 2 empates, 2 derrotas.

PRIMEIRA VEZ – Flávio Tênius, de 56 anos, filho do ex-narrador Paulo Cesar Tênius, meu colega na Rádio Nacional, é treinador de goleiros há 28 anos, após 10 anos jogando na posição, em sua época, bem carente de recursos materiais e tecnológicos. Entre suas virtudes como profissional qualificado, sabe manter os goleiros sempre no mesmo nível, com trabalho específico, de acordo com a necessidade de cada um. É reconhecido por todos os goleiros que orienta como profissional bem preparado.

JEFFERSON – O ex-goleiro Jefferson, em 459 jogos pelo Botafogo, entre 2009 e 2018, campeão carioca em 2010, 2013 e 2018, está entre os que mais reconhecem o trabalho de Flávio Tênius, a quem dedicou as defesas mais importantes de pênaltis – de Andrés Guardado, do México, em 2011, e de Lionel Messi, em 2014, no Superclássico das Américas. Tênius treinou Jefferson desde o Cruzeiro à saída do Botafogo, em 2018: “Tanto o admiro como profissional exemplar quanto pelo caráter” – resumiu o treinador. 

SIDÃO – Flávio Tênius também ressalta o desempenho dos três goleiros mais recentes do Botafogo, referindo-se a Sidão, a quem treinou em sua volta ao clube em 2016: “Sidão está entre os goleiros aplicados e com muitas virtudes, tipo colocação e saída precisa do gol“. Sidão, emprestado pelo Audax, fez 36 jogos durante a recuperação da cirurgia de Jefferson. Tênius elogia também a tranquilidade e o companheirismo de Sidão: “Não queria ser líder, mas sabia como manter o grupo unido”.

GATITO E CAVALIERI – O paraguaio Gatito, melhor estrangeiro do Brasileiro 2017 e da Copa do Brasil, e o paulistano Cavalieri, que completou 26 jogos, sem culpa no gol do Cuiabá, são outras referências, na visão de Flávio Tênius: “O Gatito garantiu o título carioca de 2018, ao defender dois pênaltis na decisão com o Vasco. Sua regularidade no Botafogo e na seleção do Paraguai dizem bem da sua competência. O Cavalieri é outro excepcional, pela experiência que trouxe da Europa.

HELTON LEITE – O treinador de goleiros Flávio Tênius, técnico interino do Botafogo no jogo de sábado (31) com o Ceará, não deixou de ressaltar Helton Leite, atualmente no Benfica: “Herdou todas as virtudes do pai (João Leite), goleiro excepcional do Atlético Mineiro. Helton é um profissional muito disciplinado e com muito brilho técnico“. Bom dizer: João Leite foi o que mais jogou (684) pelo Atlético. Helton, de 29 anos, após duas excelentes temporadas no Boavista, iniciou 2020 no Benfica.

O INTERINO – Enquanto o clube analisa nomes, Flávio de Britto Pereira Tênius, de 56 anos, carioca, taurino de 8 de maio de 64, goleiro do Serrano, Olaria, São Cristóvão e Vasco, é o técnico interino no jogo com o Ceará, com o apoio dos assistentes Bruno Lazaroni e Lúcio Flávio. Treinador de goleiros desde 94-95 no sub-20 do Flamengo, foi do Cruzeiro de 2003 a 2010, está no Botafogo desde 2011, e só saiu em 2015, temporada que ficou no Vasco.

TALVEZ UM MÁGICO – Quem diz que o time do Botafogo é fraco, não sou eu nem quem mais analisa futebol, são os números de sua campanha de décimo sexto no Brasileiro de 2020, só com 3 vitórias em 17 jogos, 4 derrotas, o que mais empatou (10) e com saldo negativo de três gols (17 a 20). O Botafogo tem média de 1 gol por jogo, muito abaixo do que um time precisa para se manter à altura da tradição do futebol do clube. Um técnico é pouco. Talvez um mágico seja capaz de melhorar.