SE A SOCIEDADE ANÔNIMA DO FUTEBOL DO BOTAFOGO, dirigida pelo investidor John Textor, planeja de fato a reformulação completa para resgatar em nível elevado o prestígio do clube, inclusive em nível internacional, precisa começar pela contratação de um técnico de gabarito elevado. Três meses já se passaram, desde que Luis Castro assumiu, em 25 de março, e o Botafogo continua a pé de técnico.

COM TODO RESPEITO COM QUE SEMPRE TRATEI A TODOS os profissionais, Luis Manuel Ribeiro de Castro, nascido há 60 anos em Mondrões, freguesia portuguesa do município de Vila Real, não tem retrospecto para ser técnico de um clube da história do Botafogo, principalmente agora, quando o Botafogo planeja o salto de qualidade para o reencontro com as vitórias e os títulos. 

LUIS CASTRO NÃO TEM LASTRO DESDE A CARREIRA DE JOGADOR. Foi modesto, bem modesto lateral-direito do União de Leiria, Vieirense, Fafe, O Elvas e Águeda, equipes de nível bem baixo, tanto quanto às que começou a dirigir: Sanjoanense, Penafiel, Mealhada e Estarreja, seu primeiro título de campeão da 3ª divisão em 2002-2003, e 13 depois, o da 2ª divisão de 2015-2016 com o Porto B.

O TÉCNICO DO BOTAFOGO DE 2022 JAMAIS DIRIGIU uma equipe principal do futebol de Portugal, e ao sair do país, só ganhou o campeonato de 2019-2020 da Ucrânia com o Shakhtar Donetsk e a Copa do Emir do Catar de 2021-2022 com o Al-Duhail. Entre 2006 e 2016, Luis Castro foi técnico das categorias de base do Porto, do time B do Porto, e durante um período bem curto, dirigiu a equipe principal. Entre 2016 e 2018, passou pelo Rio Ave e pelo Desportivo Chaves.

O BOTAFOGO BEIROU O RIDÍCULO NA DERROTA para o América Mineiro, e só um dos raros milagres do futebol, no jogo de volta do dia 14, no estádio Nilton Santos, poderá evitar que seja eliminado da Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro, teve início ruim alternado, com derrota em casa, vitória fora e empates; não venceu três seguidas, mas perdeu quatro consecutivas; só ganhou 18 dos 42 pontos; perdeu mais do que venceu; tem saldo negativo de gols e não à toa está em 10º.

A TROCA DE COMANDO SE IMPÕE COMO PRIORIDADE. Se Luis Castro fosse bom técnico, estaria em um dos grandes de Portugal ou pelo menos em um time médio da Europa, como estão Paulo Fonseca no francês Lille; Marco Silva no inglês Fulham, e José Mourinho, o mais bem-sucedido, na Roma. É verdade que Nuno Espírito Santo e André Villas-Boas estão há mais de um ano sem clube, e o muito que Jorge Jesus, com as portas fechadas em Portugal, teve que aceitar o turco Fenerbahçe.

NADA CONTRA TÉCNICO ESTRANGEIRO, mas gosto sempre de lembrar: as duas melhores posições de Portugal em Copas do Mundo foram com técnicos brasileiros. Estreante em Copa em 1966, sob o comando do carioca Oto Glória, Portugal ganhou o 3º lugar, e teve pela única vez, o artilheiro, Eusébio, com nove gols. Dez Copas depois, dirigido pelo gaúcho Luiz Felipe Scolari, Portugal ficou com o 4º lugar em 2006.

IGUAIS COM 18 PONTOS, Botafogo (10º) e Bragantino (12º) farão o último jogo da 15ª rodada, 2ª feira (4), no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, a 90 km da capital de São Paulo. O Botafogo tem 5 vitórias e saldo negativo de 3 gols (16 a 19); o Bragantino tem 4 vitórias e saldo de 1 gol (20 a 19). Vencendo, o Botafogo pode subir até 4 posições; perdendo, pode até entrar no rebaixamento. O que diria míster Luis Castro?

Foto: Fred Huber/ge