Alegra-me registrar o aniversário de 53 anos que Zinho comemora com a família nesta quarta (17). Um dos bons canhotos, ele honrou todas as camisas como profissional de alto nível técnico e muita disciplina tática, que o levaram a ser campeão no Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro e o tornaram peça importante no esquema da seleção campeã do mundo em 1994. Um jogador admirado e reconhecido pelos técnicos e companheiros, e que serviu de exemplo para várias gerações pela correção.
A PROMESSA – Poucos sabem que o nome de Zinho está ligado à seleção desde os três anos de idade, em Nova Iguaçu, município da Baixada fluminense, onde nasceu em 17 de junho de 1967. Quatro dias depois de festejar os três anos dele, na casa de um tio, em Petrópolis, os primos saíram para ver as comemorações da Copa de 70. Como era pequenino, ele se perdeu porque os primos não viram que ele os acompanhava, e a mãe, aflita, fez uma promessa: “Um dia, se Deus quiser, meu filho vai jogar na seleção”.
FLAMENGO – Logo nos seis primeiros anos como profissional – 1986 a 1992 – Zinho foi campeão carioca (86 e 91), campeão da Copa do Brasil (90) e campeão brasileiro (92) pelo Flamengo, que voltou a defender, sempre com muita dedicação, entre 2004 e 2005, com atuações marcantes e 65 gols em 466 jogos. “O Flamengo foi um grande marco na minha carreira” – diz Zinho, ressaltando que teve bons treinadores e ótimos companheiros, sempre em nível elevado de amizade.
PALMEIRAS – Zinho deixou o nome bem marcado na primeira passagem no Palmeiras – 1992 a 1994 -, ao ganhar o bicampeonato paulista e o bicampeonato brasileiro (93-94), e mais ainda ao voltar na segunda, de 97 a 94, porque ganhou em 98 a Copa do Brasil, a Copa Mercosul e a Libertadores, única da história do clube. Sua última etapa no Palmeiras, mais curta, entre 2001 e 2002, não rendeu título, mas solidificou a amizade: “O Palmeiras é um clube organizado e onde se respira o ar puro da amizade” – diz Zinho, que fez 56 gols em 333 jogos, nas três passagens pelo Palmeiras.
GRÊMIO – Dos quatro grandes em que atuou, Zinho só não foi campeão brasileiro no Grêmio, que defendeu entre 1999 e 2001 – 153 jogos, 49 gols -, mas no último ano ganhou o Campeonato Gaúcho e sua segunda Copa do Brasil. Segundo ele, a adaptação pediu um certo tempo: “O estilo de jogo no Rio Grande do Sul realmente requer certo tempo para ser assimilado. É um futebol mais pegado, mais duro, embora isso não signifique deslealdade” – recorda o aniversariante deste 17 de junho.
CRUZEIRO – 2003 marcou de forma esplendorosa a carreira de Zinho no Cruzeiro, em ano de ano com a Tríplice Coroa: campeão mineiro, campeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil. Ele pediu tempo para elogiar: “Fiz referência à organização e ao ambiente do Palmeiras e do Grêmio, e devo dizer igual em relação ao Cruzeiro, que me recebeu e me tratou sempre bem. Estou triste pelo que aconteceu, mas espero que se recupere e volte à elite o quanto antes“.
COPA 94 – Dos 57 jogos pela seleção, com sete gols, entre 89 e 98, Zinho deve ser reconhecido como peça de fundamental importância na Copa de 94. Titular em todos os jogos com a camisa 9, era o centralizador das jogadas defensivas e ofensivas. Completou bem, com Mauro Silva e o capitão Dunga, o suporte à defesa. Da estreia, em 15/3/89 – 1 x 0 no Equador – ao último jogo, em 15/2/98 – 1 x 0 na Jamaica -, Zinho ganhou 38 jogos, empatou 13 e só perdeu 6.
BOM LEMBRAR – A Copa do Mundo de 1994 foi a primeira em que os jogadores tinham nome na camisa, número no peito e no calção.
NOVA IGUAÇU – Já quase se despedindo, Zinho realizou o desejo movido pela paixão e em dois jogos, com dois gols, ajudou o Nova Iguaçu FC, do coração, a ser campeão carioca da Série B em 2005. Em 2006 e 2007, com a família assistindo e os filhos aprendendo inglês, jogou no Miami – 49 jogos, 7 gols -, entre 2006 e 2007. Crizam Cesar de Oliveira Filho é exemplo a ser seguido pelos profissionais, que devem se olhar no espelho dos competentes.
Não poderia faltar o registro de que Zinho, acima do bem e do mal, tornou-se admirado e respeitado no Vasco, onde desenvolveu trabalho bonito como assistente-técnico do seu parceiro do tetra Jorginho, de 2015 a 2017, campeão carioca e da Taça Guanabara em 2016. Zinho foi também campeão da Copa da Ásia, em 1995, com o Yokohama Flugels, do Japão.
FOX SPORTS – Zinho é analista dos canais Fox Sports, abordando os temas do futebol sempre com muito equilíbrio e inteligência. Ele participa todas as noites do programa Expediente Futebol, apresentado por João Guilherme.
Fotos: Gazeta Esportiva, O Tempo, UOl Esportes, Pinterest, Nova Iguaçu F C, Fox Sports.