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O ATLÉTICO MINEIRO ESCOLHEU UM TÉCNICO desconhecido e sem lastro para substituir Cuca, campeão brasileiro e da Copa do Brasil. O time estará entregue em 2022 a Antonio Mohamed, de 51 anos, mais conhecido como Turco, por ser de família sírio-libanesa. Ex-atacante, sem brilho e sem título, estava há dois anos sem clube. Será o 14º estrangeiro e o terceiro argentino da história de 114 anos, que o Atlético, recordista mineiro de títulos, completará dia 25 de março.

O INÍCIO DE ATACANTE GOLEADOR, em 1988 no Huracan, de Buenos Aires, onde nasceu em 2 de abril de 1970, atraiu o interesse do Boca Juniors, que o contratou em 91, mas ele não correspondeu, como em 92 e 93 no Independiente, de onde saiu para o Toros Neza, um dos onze inexpressivos mexicanos, em que jogou dez anos, até 2003, quando encerrou a carreira de jogador e iniciou a de técnico no Zacatepec, em abril de 2005.

O ÚNICO EUROPEU QUE DIRIGIU foi o Celta de Vigo, de porte médio na Espanha, campeão só da 2ª e da 3ª, em 98 anos de história. Ainda assim, não foi além de 13 jogos à frente da equipe, entre julho e novembro de 2018. Não deixa de ser estranha a opção do Atlético por um técnico sem referência, sobretudo depois de ter sido dirigido por um, que na temporada anterior havia levado o Santos, com tantos problemas internos, ao vice da Libertadores.

O ARGENTINO MAIS RECENTE a dirigir o Atlético foi Jorge Sampaoli, campeão mineiro de 2020, ano em que manteve o time entre os cinco primeiros, em 37 das 38 rodadas do Campeonato Brasileiro, que terminou em 3º com 68 pontos, a 2 do vice Internacional e a 3 do campeão Flamengo. Sampaoli estreou em 14 de março de 2020 e saiu em 22 de fevereiro de 2021, não sem antes ser advertido com 15 cartões amarelos e cumprir cinco suspensões.

O PRIMEIRO TÉCNICO ARGENTINO do Atlético foi o ex-goleiro Gregorio Suarez, aos 44 anos, em 1944, que saiu sem título, após 16 jogos, entre 16 de fevereiro e 11 de junho. O time ganhou 10 jogos, empatou 4, e a demissão foi no domingo, 11 de junho, após a segunda derrota para o Cruzeiro (2 x 1), até porque, já naquela época, não podia perder para o Cruzeiro, com Gerson dos Santos, que formaria a zaga com Nilton Santos no Botafogo, campeão carioca de 48.

JOGADOR DE UM CLUBE SÓ, durante 13 anos, o atacante húngaro Eugenio Medgyessy, tetracampeão no Ferencvaros, foi o primeiro técnico estrangeiro do Atlético, sem título, entre 1928 e 1931, com 35 vitórias, 12 empates e 6 derrotas em 53 jogos. Em 1945, o Atlético foi dirigido pelo segundo e último técnico europeu, o ex-goleiro húngaro Ignác Amsel, que decidiu sair porque os dirigentes queriam influir na escalação, e voltou ao São Paulo.

DOS SEIS TÉCNICOS URUGUAIOS do Atlético, Ricardo Diez, foi o recordista de jogos (171) e o mais bem-sucedido, entre 1950 e 1958, ganhando o tricampeonato mineiro em 54-55-56. Ondino Viera, campeão no Vasco e no Fluminense, que o sucedeu, saiu sem título após 42 jogos. Olivera, que era zagueiro, saiu campeão em 85, como jogador (7 jogos) e técnico (21). O notável zagueiro Daryo Pereira, que brilhou no São Paulo, foi técnico em 40 jogos, e campeão mineiro em 1999.

O PRIMEIRO TÉCNICO URUGUAIO campeão mineiro no Atlético foi Felix Magno, em 1946, saindo após 105 jogos. Foi substituído em 1947 por seu assistente, o peruano Dario Leitona, técnico que mais dirigiu o time, em apenas 4 jogos. Em 1967, a passagem do paraguaio Fleitas Solich, do primeiro tricampeonato do Flamengo no Maracanã (53-54-55), foi uma das grandes decepções do Atlético, assim como a do sexto e último uruguaio, Diego Aguirre, em 2016, sem título.

UM “GÊNIO” DO ATLÉTICO teve “a ideia brilhante” de contratar em 2020 o ex-goleiro Rafael Dudamel, único técnico venezuelano da história do clube. Ele estreou em 4 de janeiro e foi demitido em 27 de fevereiro, ao conseguir ser eliminado da Copa do Brasil pelo Afogados de Pernambuco… Em 2022, o Atlético espera que Antonio Mohamed dê sequência ao trabalho primoroso do curitibano Cuca, mantendo o campeão nos trilhos, das vitórias e dos títulos.

Foto: Dário do Nordeste