A janela de transferências do futebol europeu foi fechada ontem (31), com os clubes dos cinco principais campeonatos – Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França, nessa ordem – investindo 2 bilhões e 900 milhões de euros, ou 18 bilhões e 100 milhões de reais. A redução foi de 400 milhões, em comparação com 2020, e ainda maior que a de 2019, quando foi registrado o recorde de investimentos de 5 bilhões e 300 milhões de euros, ou 25 bilhões de reais.

INGLATERRA – Com a força da poderosa libra esterlina – uma libra vale 7 reais e 10 centavos -, moeda mais valorizada do mundo, pôde manter pela sétima temporada consecutiva a liderança nos investimentos, acima de 1 bilhão de euros. O recorde das transações de 2021 foi do Manchester City, ao comprar o meia-atacante Jack Grealish, de 26 anos, do Aston Vila, por 117 milhões de euros, para cobrir a saída do argentino Sergio Aguero, que foi sem custo para o Barcelona.

ARSENAL FC – O clube londrino de 134 anos (1/10/1886), foi de todos das cinco Ligas, o que mais gastou: 165 milhões de euros, seguido do Manchester United: 140 milhões de euros. O Manchester City investiu 127 milhões de euros, e o outro londrino, Chelsea, 115 milhões. O Leipzig, em quinto, 107 milhões de euros. 13 vezes campeão inglês e único invicto, em seu último título (2003-04), o Arsenal é lanterna do atual campeonato: perdeu os três jogos, sofreu 9 gols e não fez gol.

BOM DIZER – O futebol do Arsenal tem o comando do paulistano Edu Gaspar, ex-meia de 43 anos, primeiro brasileiro campeão inglês em 2001-2002, quando saiu do Corinthians por nove milhões de euros. Edu era coordenador da seleção brasileira até julho de 2019, quando recebeu o convite para gerenciar o Arsenal, e avalizou o técnico espanhol Mikel Arteta, ex-meia de 39 anos, para assumir o time, que decepcionou nas três primeiras rodadas da Premier League.

REAL MADRID – Recordista de títulos de campeão espanhol (34) e da Liga dos Campeões (13), o Real Madrid fechou a janela pagando 30 milhões de euros (R$188 milhões) ao francês Rennes pelo volante angolano Eduardo Camavinga, de 18 anos, vendido pela metade do valor porque, em seu último ano de contrato, sairia sem custo. O Real ficou sem os zagueiros Sergio Ramos, que foi sem custo para o PSG, e Varane, vendido por 30 milhões ao Manchester United.

CEREJA DO BOLO – Muito além de um sonho, o atacante Mbappé, de 22 anos, revelação e campeão da Copa do Mundo de 2018 com a seleção francesa, era a cereja do bolo nos planos do Real Madrid, mas o PSG rejeitou 160, 180 e a última proposta de 200 milhões de euros pelo atacante de 22 anos, que fez dois gols na estreia de Messi. Por sinal, bom repetir, o craque argentino chegou sem custo ao PSG, mas terá a compensação de 350 milhões de euros por ano. 

DE VOLTA – O meia canhoto francês Antoine Griezmann, de 30 anos, após duas temporadas no Barcelona – 103 jogos, 35 gols – foi cedido por empréstimo, sem custo, ao Atlético de Madrid, que pagará 40 milhões de euros para tê-lo de volta em definitivo. No Atlético, de 2014 a 2019, ele marcou 133 gols em 257 jogos. Bom lembrar: o Barcelona tirou Griezmann do Atlético pagando a multa de 120 milhões de euros pelo meia campeão do mundo em 2018.

BOM QUARTETO – O Atlético de Madrid empréstimo o atacante Saul Ñiguez, de 26 anos, formado na base do clube desde os 13 anos, ao londrino Chelsea, que pagará 5 milhões de euros, com opção de compra por 40 milhões de euros (R$243 milhões). O desejo de Saul era disputar a Premier League, e com sua chegada, o técnico alemão Thomas Tuchel, de 48 anos, atual campeão europeu, terá bom quarteto no meio-campo do Chelsea: Kanté, Jorginho, Kovacic e Saul.

NÚMEROS OFICIAIS – A Juventus divulgou em nota, na noite de ontem (31), que Cristiano Ronaldo, comprado do Real Madrid por 100 milhões de euros, foi cedido ao Manchester United por 15 milhões de euros, em cinco parcelas. O clube de Turim revelou também que a operação gerou impacto econômico negativo de 14 milhões de euros na temporada 2020-2021. A Juventus, recordista de títulos italianos (36), é um clube da família Agnelli, donos da Fiat.

Foto: TOBY MELVILLE / REUTERS