Nós, nacionalinos de coração, desfrutamos de um domingo especial neste 13 de janeiro de 2019, em que comemoramos os 106 anos de fundação do NACIONAL FC, recordista de 43 títulos de campeão amazonense, primeiro clube do Norte a participar 14 vezes do Campeonato Brasileiro e 16 vezes da Copa do Brasil. O primeiro do estado do Amazonas a jogar no Maracanã, em 24 de agosto de 1969, quando venceu (1 x 0) o Grêmio Maringá, na preliminar de Brasil 6 x 0 Venezuela, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, diante de 122.841 pagantes. Um domingo inesquecível no coração nacionalino!
MEIO SÉCULO – Neste ano de 2019 o Nacional FC comemora 50 anos do maior feito de sua história riquíssima de títulos e de nomes expressivos como o do ponta-esquerda José Ricardo dos Santos Silva – Pepeta -, autor do gol no Maracanã – à esquerda da tribuna de honra, onde Pelé fez o gol 1000 -, aos 10 minutos do segundo tempo. Entre as obras de qualidade que me renovam o prazer diário da leitura, o livro “Pepeta – páginas de vida e história” -, da escritora Carmen Novoa Silva, da Academia Amazonense de Letras, esposa do ídolo, que me honrou com dedicatória especial, em setembro de 2010.
GRANDE PAIXÃO – Comecei a gostar de futebol assistindo os jogos do Nacional, antes dos meus dez anos, indo de bonde ao Parque Amazonense. Pouco depois, aos 14 anos, comecei no rádio, participando das transmissões com Flaviano Limongi, colega do meu pai Francisco Menezes, orador da turma de formandos de 1950 da Faculdade de Direito do Amazonas. Limongi morava na Lobo d’Almada, em frente à primeira sede de A Critica, em cujas páginas também escrevi, a convite de Umberto Calderaro Filho, um dos primeiros notáveis da imprensa amazonense.
INESQUECÍVEIS – Ainda garoto, vi grandes nomes da história do Nacional. Paulo Onety, o primeiro a fazer cinco gols em um jogo. Mota e Sandoval, goleiros extraordinários da época em que goleiro usava joelheiras. Depois vieram Marcos, Procópio e Marialvo, que fechou o gol no Maracanã. Carlos Alberto, o Português, filho do dono da Sapataria Botafogo, na Rua Henrique Martins, foi outro goleador excepcional. Mais tarde, Edson Piola, autor do gol mais rápido da história do Nacional.
CRAQUES DE FORA – Também brilharam com a camisa do Nacional – branca com a estrela azul -, Alcir Portela – do primeiro título de campeão brasileiro do Vasco em 74. Clodoaldo, Rivellino e Jairzinho, da inesquecível seleção do tri da minha primeira Copa. Dadá Maravilha foi artilheiro do Naça em 84, ano em que o Mais Querido do Amazonas foi o primeiro do Norte a jogar fora da América Latina, ganhando a Copa do Rei Hassan. O Nacional de tantos treinadores notáveis, tipo Barbosa Filho, o da vitória histórica no Maracanã.
TETRA, PENTA, HEXA – Títulos marcantes que fazem parte da história gloriosa de 106 anos do Nacional, que comecei a frequentar na sede da Saldanha Marinho, quase esquina da Eduardo Ribeiro. 83-84-85-86, anos do tetra. Único duas vezes pentacampeão, de 1916 a 1920 e de 1968 a 1972. Único hexa, de 1976 a 1981. O Nacional dos meus amigos presidentes Ney Rayol, Plínio Ramos Coelho (ex-governador), Manoel do Carmo Chaves Neto, o querido Maneca, e do desembargador Joaquim Paulino Gomes, o presidente da vitória histórica no Maracanã.
O NACIONAL FC é uma paixão da juventude que vivi em Manaus, nascido e criado na casa 307 da Rua Frei José dos Inocentes. Vi o conterrâneo Hilton Gonçalves dos Santos, ex-presidente do Flamengo, construir e inaugurar o edifício do Iapetec, na Praça Pedro II, no início dos anos 50. Devo muito as primeiras lições às professoras Alzira e Marcelina, do Grupo Escolar Marechal Hermes, e aos professores Mario Ypiranga Monteiro, Rodolfo Vale, Alberto Makarem (uruguaio que falava francês como se houvesse nascido em Paris) e às lições particulares na casa da professora Rachel de Souza Carvalho, na Rua Itamaracá, ao lado do Dom Bosco. Como disse mestre Ataulfo, em uma de suas maravilhosas canções: “Eu era feliz e não sabia”.