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Depois de anunciar os nomes dos 23 que escolheu para a Copa América, o técnico da seleção brasileira não gostou de ser indagado sobre a situação de Neymar, após o soco que o jogador do PSG deu na cara de um torcedor, quando perdeu a Copa da França. Tite limitou-se a dizer que vai conversar com o atacante, convocado pela primeira vez após a atitude grosseira, mas, desde logo é possível prever que, quando muito, se é que vai ser assim, deixará de ser o capitão.

O caso de Neymar ficou entre duas outras atitudes intempestivas. A primeira, de Douglas Costa, da Juventus, que em gesto de extrema falta de educação, cuspiu na cara de um adversário, cena repetida e muito criticada, denegrindo a imagem do futebol brasileiro. A terceira, e mais recente, a de Lucas Paquetá, que deu um tapa na mão do árbitro e mereceu reprimenda do Milan. Três casos de suspensão, sem o imoral efeito suspensivo do Brasil, condenados pelos dirigentes e pelos técnicos.

Tite precisa mudar de postura. Precisa impor sua autoridade de técnico de uma das seleções mais vitoriosas do mundo – a única cinco vezes campeã -, e deixar de lado o estilo vaselina, dos que querem estar sempre bem com Deus e com o diabo. A chance que teve de continuar, sem ser campeão, só foi dada a Telê Santana, em 86, após a (dolorosa) eliminação em 82. Zagallo, caso bem diferente, foi mantido em 74, porque nem poderia ser de outra forma, após o trabalho e a conquista maravilhosa de 70.

Ainda que a Copa América, com seleções inexpressivas, tipo as que estão no grupo do Brasil – Bolívia, Venezuela e Peru – e outras como Equador, e as convidadas Catar e Japão, não possa servir como parâmetro para 2022, o Brasil precisa entrar logo na rota da recuperação do prestígio do seu futebol, sem se deixar iludir com a aparência de resultados enganosos. A menos que Tite pretenda morrer abraçado com alguns de seus convocados.

Foto: Yahoo Esportes