A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL decidiu antecipar as mudanças que pretendia fazer no início de 2022, e anunciou ontem ( 12 ), a demissão do diretor de arbitragem, como se fosse a solução definitiva para o eterno mal sem cura do futebol brasileiro. Os males não são poucos, a começar pela falta de educação dos jogadores, que se excedem, confiando nas penas brandas, quando não salvos pelo imoral efeito suspensivo, que só existe no futebol do Brasil.

OS MUITOS ERROS, ACUMULADOS HÁ ANOS, ultrapassam o campo de jogo. Começam nas ações nefastas de dirigentes, querendo salvar a própria pele, repassando aos árbitros a culpa dos maus resultados de suas gestões, e também para dar satisfação e acalmar os torcedores. Os clubes não cuidam da educação, como deveriam, desde a formação do jogador, e não raro, provam do próprio veneno. Uma sequência repetitiva, incorrigível, por mais que o tempo passe.

COM O ADVENTO DA TECNOLOGIA, havia a expectativa de que os problemas poderiam diminuir ou acabar, mas dobraram. Antes, a culpa era só do árbitro de campo; agora é também do árbitro de video, ou de ambos, em boa parte dos casos. O mais importante, para o dirigente e para o jogador, é sempre transferir a culpa, principalmente na reta final, quando o título fica mais longe e o rebaixamento mais perto. Não se conhece outra saída mais simples, direta e melhor.

A CBF NÃO VAI CONSEGUIR MUDAR NADA, nem mesmo a própria imagem, denegrida e enxovalhada por seus ex-presidentes. Um, preso na Suíça; dois, banidos por corrupção, impedidos de entrar nos Estados Unidos, onde a lei é igual para o presidente e para o gari, e o mais recente, por assédio sexual, denunciado, com provas, por uma funcionária. É bem a cara do país, injusto e desigual, em que alguns têm até imunidade para roubar o dinheiro de quem passa fome.

Foto: Jefferson Bernardes/ Agência Preview