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A missão do Fluminense de se classificar para as oitavas de final da Libertadores, na noite de hoje, coincide com o aniversário de 120 anos do River, fundado no sábado, 25 de maio de 1901, sob inspiração de grandes caixas de uisque, resumo da história, que contarei na sequência da matéria. Não é missão impossível, mas bem difícil, se considerarmos a superioridade do adversário, que recuperou praticamente todos os titulares, depois de quase arrasado pela pandemia.

GARANTIA – O River lidera com 9 pontos e só precisa do empate para ser primeiro do Grupo D, posição que será do Fluminense, com 8 pontos, se conseguir vencê-lo. Daí em diante, quando os cálculos entram no circuito, é sinal de que há mais hipóteses do que certeza, e a vitória é a única certeza com que o Fluminense pode contar para entrar no mata-mata das oitavas e fazer o segundo jogo em casa, o que, embora pareça, nem sempre é vantagem.

O EMPATE – A segunda hipótese (empate) pode até classificar o Fluminense, mas em segundo lugar, e desde que o Junior Barranquilla não vença o Independiente Santa Fé no clássico colombiano, a ser disputado no mesmo horário (19:15), no Equador. No primeiro critério de desempate (saldo de gols), o Fluminense tem vantagem, desde que o Junior não ganhe por diferença de dois gols. A previsão é de noite chuvosa em Buenos Aires, com temperatura de 18 graus.

HIPÓTESES – Diferente do futebol europeu, objetivo e direto em suas decisões, o futebol sul-americano é confuso, e em seus regulamentos há espaço para interpretações variadas, quase sempre com brechas para recursos. Após o saldo de gols, o segundo critério de desempate é o de gols marcados, e o Fluminense tem vantagem sobre o Junior. Por último, no  terceiro critério, o de gols marcados como visitante, há empate (3 a 3).

A SEQUÊNCIA – Três dias depois da previsível derrota para o Flamengo na decisão do estadual, a eliminação na fase de grupos da Libertadores se encaixa no provável, até porque o River é mais time. O Fluminense não aproveitou a chance de abrir vantagem no Maracanã. Vencer no Monumental de Nuñez é muito mais complicado, e se não conseguir o empate, a sequência poderá ser ainda pior na estreia do Brasileiro, sábado (29), no Morumbi.

120 ANOS – O porto de Buenos Aires está na história do River e do Boca, seus maiores clubes. Pedro Martinez, um dos fundadores do River, era conferente da Alfândega, e gostou da inscrição River Plate, nas grandes caixas de uisque, que chegavam da Escócia. Outro fundador disse que prata, em inglês, é Silver, e que a tradução estava errada, mas um terceiro lembrou que o Rio da Prata é tratado pelos ingleses como River Plate.

A BATALHA – Foi aí que interveio Juan Guio, o quarto do grupo de oito fundadores, que era professor de História Universal. Ele lembrou que a primeira grande Batalha Naval da Segunda Guerra Mundial – 1/9/1939 a 2/9/1945 -, conhecida como Batalha do Rio da Prata, entre as Marinhas inglesa e alemã, em dezembro de 1939, é citada na historia inglesa como The Battle of the River Plate, e de tão marcante, inspirou um filme de muito sucesso lançado em 1956.

O NAVIO – Quatro anos depois do River, nasceu o Boca, fundado em 3 de abril de 1905 por cinco adolescentes, filhos de italianos de forte identidade genovesa. O pai dos irmãos Juan e Teodoro Farenga cedeu a casa para sede. Santiago Sana e Alfredo Scarpatti sugeriram o nome La Boca, bairro onde viviam, e a ideia das cores, sugestão de Esteban Baglietto. Os cinco foram ao porto, e o primeiro navio que atracou, era sueco, daí o Boca ser azul e amarelo, cores da bandeira sueca.

BRASILEIROS – O atacante paulistano Delém, do Supersupercampeonato carioca de 1958 do Vasco, foi o brasileiro que mais se destacou no River, campeão em 62. Depois de 35 gols em 98 jogos, entre 61 e 69, voltou em 73, como técnico, com excelente trabalho nas divisões de base. Outro que jogou só uma temporada no River, em 62, foi o meia paulistano Moacir, campeão do Rio-São Paulo de 61 no Flamengo e reserva de Didi na Copa do Mundo de 58.

Foto: UOL