O GOL MAIS RÁPIDO das 21 Copas do Mundo foi marcado aos 10 segundos e 8 décimos pelo atacante Hakan Sukur, na decisão do 3º lugar de 2002, em que a Turquia venceu a Coreia do Sul por 3 x 2, no sábado, 29 de junho, no estádio da cidade de Daegu, no Sudeste sul-coreano, diante de 63.483 torcedores.
FOI O ÚNICO GOL do maior artilheiro da Turquia, na segunda e última Copa da sua seleção, desde o 10º lugar, na 5ª Copa, em 1954 na Suíça. Hakan Sukur, aos 30 anos, 1.91m, aproveitou a falha dos zagueiros, e embora destro, finalizou de canhota no ângulo direito. Bom dizer: a Coreia do Sul deu a saída, mas logo perdeu a bola.
HAKAN SUKUR foi o maior artilheiro do Galatasaray, com 293 gols em 558 jogos, e do Campeonato Turco, com 249 gols e 14 títulos, e o maior artilheiro turco da Champions, com 22 gols. Quando fez o gol mais rápido das Copas, jogava no Parma, seu último clube em 21 anos de carreira, campeão da Copa da Itália 2001-2002.
SUKUR GANHOU tanto prestígio, que seu casamento foi transmitido ao vivo pela televisão, com a presença do presidente da República. Elegeu-se deputado em 2011 pelo AKP, partido do ainda atual presidente Repec Erdogan, de 68 anos, mas em 2016 teve que fugir da Turquia, devido às críticas feitas ao presidente no Twitter.
AMIGO DO LÍDER islâmico Fethullah Gulen, de quem é seguidor, Sukur renunciou à cadeira no parlamento, quando Erdogan fechou as escolas que ensinavam a doutrina de Gulen. Em 2016, o artilheiro derrotou um golpe de estado, o que enfureceu o presidente, que passou a persegui-lo até que abandonasse o país.
REVOLTADO, SUKUR desabafou: “O Erdogan tirou tudo de mim: o direito à liberdade, de me explicar, de me expressar e de trabalhar no meu próprio país. Perdi tudo. Não tenho mais nada. Todos os meus bens foram confiscados, e meu pai foi preso. Passei por muitas e insuportáveis dificuldades financeiras”.
HAKAN SUKUR foi morar na Califórnia, o maior estado dos Estados Unidos. Adaptou-se bem, abriu um café, mas logo fechou: “Eu era visitado por pessoas muito estranhas e fiquei com medo. Passei a vender livros, e depois a viver como motorista de aplicativo, o que me fez equilibrar bem as finanças”.
EXILADO NA CALIFÓRNIA, o autor do gol mais rápido das Copas se sente triste por não poder voltar à Turquia, onde sempre foi respeitado e admirado, até mesmo por torcedores dos arquirrivais Fenerbahçe e Besiktas. Sukur sabe que, se voltar, irá para a prisão perpétua ou será, até mesmo, condenado à morte.
HAKAN SUKUR tem uma lembrança especial de Taffarel, seu companheiro de equipe em 1999-2000, quando o Galatasaray foi o primeiro, e até hoje único clube turco, a ganhar um título continental, o da Copa da Uefa, ao vencer o Arsenal por 4 x 1 nos pênaltis, após 0 x 0 em 120 minutos, com defesas notáveis do goleiro brasileiro.
ALÉM DO GOL MAIS RÁPIDO, Sukur tem outra boa lembrança de sua única Copa, mesmo perdendo de virada por 2 x 1 para o Brasil na estreia, e sendo eliminado na semifinal por 1 x 0. Ele considera Ronaldinho Gaúcho, da seleção campeã do mundo de 2002, “um dos jogadores mais técnicos, inteligentes e com raciocínio rápido”.
Fotos: AFP, Getty, Reuters e Reprodução