O VASCO VOLTOU A GANHAR, depois de onze rodadas, mas não pode se iludir com o 1 x 0 no Cuiabá. A baixa qualidade do jogo mostrou, mais uma vez, que o time precisa de valores; que seus dirigentes não devem confundir contratação com reforço e têm que aproveitar a janela de transferências de julho para investir bem. O Vasco não está livre de um recorde indesejável, o de completar o quinto rebaixamento, igualando-se ao catarinense Avaí.
O VASCO SUBIU UMA POSIÇÃO, mas continua entre os quatro últimos, nivelado a equipes abaixo da sua tradição na história do futebol. É inaceitável que só tenha ganhado 9 dos 36 pontos em 12 rodadas, e marcado menos de 1 gol por jogo; mais ainda inadmissível, que tenha sofrido 20 gols. Esses números não combinam com o Vasco, embora nos últimos 15 anos o Vasco tenha sido pouco além de figurante na Série A, tratada como elite do futebol.
OS NÚMEROS DO RETROSPECTO são bem claros. Em 2008, ano do primeiro rebaixamento, o Vasco foi 18º com 40 pontos, 11 vitórias, 7 empates, 20 derrotas, saldo negativo de 16 gols (56 a 72). Em 2013, outra vez 18º com 44 pontos, 11 vitórias, 11 empates, 16 derrotas, saldo negativo de 11 gols (50 a 61). Em 2015, de novo 18º com 41 pontos, 10 vitórias, 11 empates, 17 derrotas, saldo negativo de 26 gols (28 a 54).
NO 4º REBAIXAMENTO, em 2020, o Vasco foi 17º com 41 pontos, 10 vitórias, 11 empates, 17 derrotas, saldo negativo de 19 gols (37 a 56). Na Série B de 2021, foi 10º com 49 pontos, 13 vitórias, 10 empates, 15 derrotas, saldo negativo de 9 gols (43 a 52), e conseguiu voltar à Série A em 2023, com a vaga da Série B de 2022, 4º com 62 pontos, 17 vitórias, 11 empates, 10 derrotas, saldo de 12 gols (48 a 36).
O VASCO NÃO MERECE o caminho de volta em 2024, mas o início da campanha de 2023 é preocupante. Se não reagir logo, e deixar de lado, que ainda falta muito para o final, o Vasco não só igualará o indesejável recorde negativo do Avaí, mas também voltará a fazer companhia ao Coritiba, último e único sem vitória em doze rodadas, a caminho do 5º rebaixamento. A vitória sobre o Cuiabá, com gol de pênalti, é pouco. O Vasco precisa de uma equipe mais forte.
- CONCLUÍDA com Vasco 1 x 0 Cuiabá, a 12ª rodada foi a única sem empate no Brasileiro de 2023. Em 120 jogos, 307 gols, média de 2.56 gols por jogo. Ataques mais positivos, Flamengo (24), Palmeiras (22), Botafogo (20). Artilheiros, Tiquinho Soares (Botafogo), 10; Vitor Roque (Athletico Paranaense), 6; Sasha (Bragantino), Hulk (Atlético Mineiro) e Roger Guedes (Corinthians), 5. Gerson (Flamengo) lidera as assistências (6).
- OS MANDANTES ganharam 61 dos 120 jogos; os visitantes venceram 31 e houve 28 empates. Com o 1 x 0 do Botafogo no Palmeiras, o Grêmio é o único invicto em casa, desde 26 de agosto de 2022, quando estava na Série B e perdeu para o Ituano por 1 x 0. O único 5 x 1 foi o de domingo (25), do Grêmio no Coritiba, na Arena Grêmio, na segunda maior goleada do Brasileiro de 2023, depois de Goiás 0 x 5 Palmeiras.
- POUCOS 0 x 0 no Brasileiro de 2023, só 6. O placar mais registrado, 2 x 1, em 25 jogos. 1 x 0 e 2 x 0, em 20 jogos. O Botafogo ganhou 10 jogos e é o único sem empate. O Coritiba é o único sem vitória (8 derrotas, 4 empates). Os que mais empataram, Bragantino e Fortaleza (5), o que mais ficou no 0 x 0 (3). Das 13 viradas, 7 dos mandantes. Flamengo, único visitante que sofreu duas viradas, ambas por 2 x 1, para o Internacional e o Athletico Paranaense.
- O AMÉRICA MINEIRO, que caiu para 19º com o 1 x 0 do Vasco no Cuiabá, foi o que mais perdeu de virada: 3 x 1 para o Grêmio, em Porto Alegre, e 2 x 1 para o Cuiabá e o Internacional, em Belo Horizonte. O Botafogo perdeu a invencibilidade para o Goiás (2 x 1 de virada, em Goiânia). Antes de perder a invencibilidade em casa para o Botafogo (1 x 0), o Palmeiras perdeu a invencibilidade no campeonato para o Bahia (1 x 0), em Salvador.
Foto: Daniel Ramalho /