Escolha uma Página

A recuperação quase total, duas semanas após diagnosticado, e perto de deixar o hospital, é o melhor presente que o ex-lateral-esquerdo Branco, da seleção campeã do mundo em 94, receberá ao completar 57 anos, amanhã (4), com o carinho da família e dos amigos, que soube fazer e manter durante toda a trajetória de profissional correto e bem-sucedido do futebol. As  mensagens de apoio têm sido importantes para que Branco se sinta revigorado e próximo do recomeço da vida normal.

11 CAMISAS – Campeão na maioria das equipes que defendeu, Branco teve o mérito de honrar todas as onze camisas que vestiu, desde a primeira, do Internacional, no início dos anos 80, campeão gaúcho. Eu o vi chegar ao Fluminense em 82 e se tornar em uma das peças mais importantes do tricampeonato carioca em 83-84-85 e do Campeonato Brasileiro em 84. Com 12 gols, ele contribuiu para 76 vitórias em 157 jogos com a camisa tricolor, ao voltar ao clube para encerrar a carreira em 98. 

NA EUROPA – O Bréscia abriu as portas da Europa, em 86, para Branco, que pautou pela regularidade em 50 jogos, e foi como lateral do time da Lombardia, que disputou sua primeira Copa, em 86, no México. Em 89-90, em 60 jogos, foi campeão português e da Supertaça de Portugal pelo Porto, “um dos clubes mais organizados em que joguei”. Na coleção do meu filho Fábio, está a camisa do Porto, que Branco me ofereceu no torneio triangular com o Vasco e o Valencia, no estádio Mestala.

NO GENOA – Ao sair do Porto, Branco voltou à Itália e se destacou no Genoa, que defendeu em 71 jogos, entre 91 e 93, ganhando a cobiçada Taça dos Alpes. Ele desfrutou bem do Nordeste italiano, principalmente nos fins de tarde de folga, encantado com o belo pôr do sol da cidade portuária de Gênova, capital da linda região da Ligúria. Branco também joga no time dos românticos e apaixonados do futebol. Que o diga Cleo Pozzebon, sua mulher dedicada de todas as horas.

NA SELEÇÃO – Telê Santana se desmanchava em elogios a Branco na Copa de 86, o que Lazaroni repetiu em 90 e Parreira em 94. O gol de falta, com força e com efeito, nos 3 x 2 na Holanda, em Dallas, levou o Brasil à semifinal, e é um teipe que passa sempre na minha cabeça. Foi a bomba santa do tetra. Branco é o terceiro lateral-esquerdo com mais jogos pela seleção: 77. Mais que ele, só mestre Nilton Santos, titular em todos os jogos do bi 58-62, com 85, e Roberto Carlos, com absurdos 106 jogos.

COORDENADOR – Desde 2018, ao assumir a coordenação das seleções de base, Branco implementou uma nova linha de trabalho, visando à renovação do futebol brasileiro. Os resultados logo apareceram: o Brasil foi campeão Sul-Americano sub-15, sub-17 e sub-20; campeão mundial sub-17 e sub-20, e com a seleção olímpica sub-23 ganhou o Torneio Maurice Ravelle. Em 2007, com sua coordenação, o Fluminense ganhou a Copa do Brasil, e em 2008 foi vice da Copa Libertadores. Parabéns, Branco, pela recuperação da saúde e pela volta em breve ao trabalho, seu melhor presente de 57 anos neste 4 de abril de 2021.