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O Vasco se aliou ao Flamengo – os interesses, em quaisquer circunstâncias, quase sempre reaproximam os inimigos – e apoia a volta imediata do futebol – porque o calo está apertando -, mesmo sabendo que a posição não é correta, enquanto a pandemia do coronavírus continua desvastando e provocando recordes diários de mortes e contaminações, no país, na cidade e no estado. O anúncio de que 16 de seus profissionais estão contaminados, após a bateria de exames do próprio clube, nem era preciso para repensar. É o óbvio ululante, como diria o genial tricolor Nelson Rodrigues.

EXTENSÃO – Não é possível que o Vasco admita que a extensão do problema pode ser controlada em seu ambiente interno, se todos os seus profissionais têm contato, diário e estreito, com as próprias famílias, e que o vírus é transmissível, em simples abrir e fechar de olhos. Essa é uma das recomendações dos órgãos competentes, que controlam a saúde no mundo, mas, infelizmente, desprezadas no Brasil, desde o próprio presidente da República – de quem deveria partir o exemplo -, que não usa máscara, aperta mãos, abraça e descumpre outras normas, além de não saber a diferença entre vírus e gripezinha

CERTO E ERRADO – Se Vasco e Flamengo estão certos em testes, não apenas em jogadores, mas em suas famílias, precavendo-se contra problema gravíssimo, é ao mesmo um contraste que estejam empenhados na volta imediata do futebol. E bem pior: grosseiros no trato ao Conselho Regional de Medicina de sua própria cidade, composto por profissionais preparados e conscientes. Do Arranca-toco-FC seria possível esperar posição tão esdrúxula. De Flamengo e Vasco, não. São clubes de tradição, de história e de muita referência. A sociedade, com certeza, esperava que fossem mais educados, conscientes e preparados. E que dessem outro exemplo.

Foto: Reprodução Vasco / TV