A NOVA DIRETORIA, que assumirá em janeiro, precisa mudar o Vasco em 2024. A comemoração da permanência na Série A, depois de 24 das 38 rodadas no rebaixamento, como se viu na noite de ontem (6), após a vitória sobre o Bragantino por 2 x 1, em São Januário, é pouco para um clube da grandeza do Vasco. A torcida merece uma equipe à altura, com grandes valores, não o sofrimento porque passou em 17 derrotas, 11 sem fazer gol, e só com 12 vitórias.

O VASCO EVITOU o quinto rebaixamento, que parecia iminente, com um gol do meia Paulinho, aos 29, primeiro que marcou na temporada, quatro minutos após substituir Marlon, que pisou na bola, literalmente, com o pé direito, logo aos 7 minutos, sentiu o joelho esquerdo, tentou continuar, mas as dores não deixaram. Na volta do intervalo de incríveis 25 minutos, o Vasco incorreu no erro de recuar e cedeu o empate ao Bragantino aos 18, com o gol do capitão Leo Ortiz.

TANTO QUANTO o silêncio, o choro de boa parte dos mais de 20 mil torcedores foi visível no estádio, com o Bahia goleando o Atlético Mineiro e o Santos empatando com o Fortaleza, que logo deu o alívio esperado pelos vascaínos, com o gol da vitória do argentino Lucero. O Vasco voltou a ter fôlego na expulsão do zagueiro Realpe, aos 30, porque o meia Serginho usou a cabeça no cruzamento do ala Paulo Henrique para o gol da vitória, apenas o 2º que marcou.

O VASCO TERMINOU em 15º, com 45 pontos, 12 vitórias, 17 derrotas, 9 empates, saldo negativo de 10 gols (41 a 51), números em desacordo com o que se pode esperar de uma equipe de tradição do futebol brasileiro. Pela tabela de premiação, o Vasco vai receber R$16.700 mil pelo 15º lugar, mas terá que pagar a multa de R$1 milhão pela escalação do meia Praxedes, emprestado pelo Bragantino, que pelo 6º lugar vai receber R$35.800 mil.

O TIME DO ÚLTIMO jogo do ano: Leo Jardim, único a participar de todos os jogos, sempre com boas atuações, Paulo Henrique, Maicon, Medel (Leo) e Lucas Piton; Jair (Zé Gabriel), Praxedes e Marlon (Paulinho); Payet (Serginho), Vegetti e Gabriel Pec. Espera-se que o técnico argentino Ramon Diaz, otimista desde que assumiu, com a frase “O Vasco não vai cair”, possa sugerir contratações capazes de melhorar a qualidade de um elenco em que os valores são poucos.

A PRIMEIRA VEZ DO SANTOS

O SANTOS disputará a Série B pela primeira vez em 111 anos de história, desde a fundação em 14 de abril de 1912, depois de oito títulos da Série A e de ser o primeiro tricampeão invicto, em 1963-64-65. Vinte e duas vezes campeão paulista, foi o primeiro brasileiro bicampeão da Libertadores e Mundial de clubes (1962-1963), e o único campeão estadual, nacional, continental e mundial (1962). 5º maior clube de futebol do século 20, eleito pela FIFA em 2000.

A VILA BELMIRO registrou a explosão de bombas e a invasão de campo dos torcedores, em desespero, após a derrota da noite de ontem (6) para o Fortaleza, com 54 pontos, 15 vitórias, 14 derrotas, 9 empates, saldo de 1 gol e o prêmio de R$26.300 mil pelo 10º lugar. 17º com 43 pontos, 11 vitórias, 17 derrotas, 10 empates, saldo negativo de 25 gols (39 a 64), o Santos, tal qual Goiás (18º), Coritiba (19º) e América Mineiro (20º), fica fora da premiação.

BAHIA GARANTE BAVI EM 2024

O BAHIA NÃO SÓ SE SALVOU, ao golear o Atlético Mineiro por 4 x 1, na noite de ontem (6); salvou também um dos maiores clássicos do Nordeste, com a volta do BaVi à Série A em 2024. O Vitória, campeão da Série B, estava garantido, e o Bahia se garantiu com uma goleada surpreendente. Cauly fez 1 x 0, Paulinho empatoui, mas ainda no 1º tempo, Luciano Juba marcou o 2º gol. Na volta do intervalo, Thaciano e Ademir fizeram a festa de 30 mil na Arena Fonte Nova.

COM A ÚLTIMA VAGA (16º), 44 pontos, 12 vitórias, 18 derrotas, 8 empates, saldo negativo de 3 gols (50 a 53), o Bahia vai receber o menor prêmio: R$16.200 mil. Rogerio Ceni ficou mais aliviado, menos envergonhado, como depois de perder (3 x 2) para o rebaixado América Mineiro. O Atlético, 3º com 66 pontos, 19 vitórias, 10 derrotas, 9 empates, saldo de 20 gols (52 a 32), terá a premiação redonda de R$43 milhões.

A MÉDIA DE GOLS do Campeonato Brasileiro de 2023 foi de 2.49 por jogo, com os 946 marcados em 380 jogos. Ataques: Palmeiras (64), Grêmio (63), Botafogo (58), Flamengo (56). Defesas menos vazadas: Atlético Mineiro (32), Palmeiras (33), Bragantino (35), Botafogo (37).

ARTILHEIROS: Paulinho (Atlético Mineiro), 20; Luis Suarez (Grêmio) e Tiquinho Soares (Botafogo), 17; Hulk, 15, dividindo com Luis Suarez as assistências (11). Mais vitórias: Grêmio (21), Palmeiras (20); mais empates: Athletico Paranaense, Cruzeiro e Corinthians (14); mais derrotas: Coritiba e América Mineiro (24).

Fotos: André Durão / A Tribuna e Reprodução