Nesta terça, 8 de junho de 2021, faz 41 anos que Telê Santana estreou como técnico da seleção aos 49 anos, no Maracanã, onde foi campeão carioca 51 e 59; campeão da Copa Rio 52, autêntico Mundial de clubes, e primeiro campeão invicto do Rio-São Paulo 57, como terceiro que mais jogou (527) pelo Fluminense, e quinto artilheiro dahistória do clube do coração com 165 gols. Reconhecido mundialmente como um dos técnicos notáveis da seleção.
BRASIL 2 x 0 – No amistoso com o México, o Brasil venceu (2 x 0) com os gols do ponta Zé Sergio e do centroavante Serginho Chulapa e a seleção da estreia de Telê Santana teve Raul (Flamengo), Nelinho (Cruzeiro), Amaral (Corinthians) depois Mauro Pastor (Internacional), Edinho (Fluminense) e Pedrinho (Palmeiras); Batista (Internacional), Cerezo (Atlético) e Sócrates (Corinthians) depois Renato (São Paulo); Paulo Isidoro (Grêmio) depois Eder (Atlético), Serginho Chulapa (São Paulo) e Zé Sergio (São Paulo).
APLAUSOS – Foram de Raul Cardenas, zagueiro que disputou três Copas consecutivas 54-58-62 e levou o México à sua melhor colocação nas quartas de final da Copa de 70 como técnico, que Telê Santana ganhou os primeiros aplausos, ao recebê-lo no vestiário, mostrando-se feliz ao abraçar o treinador cinco vezes campeão mexicano pelo América e uma vez pelo Cruz Azul. Foi a primeira das 25 vitórias de Telê Santana, técnico da seleção em 34 jogos, com 84 gols.
A COPA DE 82 – Oito anos depois de Zagallo, campeão em 70 e quarto em 74, Telê Santana tornou-se o segundo a dirigir a seleção em duas Copas consecutivas. Na sala de imprensa do estádio Sarriá, em Barcelona, os jogadores estrangeiros levantaram-se para aplaudir Telê Santana, quando entrou para a entrevista coletiva após a eliminação para a Itália, e um deles disse: “O melhor futebol acaba de deixar a Copa”. O mundo reconheceu o Brasil como a melhor seleção de 82.

A COPA DE 86 – Telê Santana foi mantido pelo presidente Giulite Coutinho na Copa de 86, voltando um ano antes nas eliminatórias, em que venceu Bolívia e Paraguai. No México, mesmo sem o brilho de 70, a seleção sofreu só dois gols em cinco jogos e acabou eliminada nos pênaltis (4 x 3) após 1 x 1 com a França, no estádio Jalisco, em Guadalajara. Telê Santana deixou a seleção preservando o futebol ofensivo e o jogo limpo, que sempre defendeu com entusiasmo.
AMIZADE – Telê Santana e eu fomos amigos antes de nos conhecermos pessoalmente, trocando cartas que ele respondia com atenção. Ouvi no rádio, em Manaus, a final do Carioca de 51, em que ele marcou os gols dos 2 x 0 no Bangu. Quando cheguei ao Rio, em 58, iniciando como repórter na Rádio Nacional, gravei muita entrevista com ele. Em 64, levou-me à Saara para um almoço árabe e indicou-me jornalista da Volta ao Mundo do Madureira, onde estava quase encerrando a carreira. Honrou-me com almoço italiano preparado pela esposa Ivonete e com os filhos Renê e Sandra à mesa, em seu apartamento na Vila da Penha. Desfrutei também de vários sabores dos sorvetes da sua Telê-Sorvex, na Rua Guaporé, em Brás de Pina. Lembranças que o tempo não apaga.
Foto: efemerides do efemello