Hoje, 3 de março de 2021, o dia será pequeno para o ídolo e artilheiro Zico receber mensagens pelos 68 anos. Eterno nos corações rubro-negros, o maior artilheiro da história dos 70 anos do Maracanã e dos 109 anos do futebol do Flamengo, Zico simboliza a época de ouro dos 125 anos do clube. Em 1981, pela única vez, o Flamengo ganhou a Libertadores e o Mundial de clubes, taças que Zico teve o privilégio de erguer, como capitão do melhor time que vestiu o manto sagrado da Nação.

334 GOLS – Em 435 jogos, com 334 gols, Zico tornou-se o maior artilheiro do Maracanã, onde estreou na noite da quinta-feira, 29 de julho de 1971, com o passe sob medida para o mineiro Fio fazer o gol da vitória (2 x 1) sobre o Vasco. Era jogo da Taça Guanabara, que ele ganhou nove vezes, sete consecutivas. Zico acumulou 22 títulos, seis de campeão carioca, três de campeão brasileiro, entre os mais importantes, com o primeiro bi, em 82-83, só agora, 37 anos depois, igualado pela equipe de 2020.

HAJA GOL – Zico não foi só o maior artilheiro do Maracanã, com 334 gols em 435 jogos, mas o maior artilheiro em um único jogo no então maior estádio do mundo, ao marcar seis gols, quatro no segundo tempo, dos 7 x 1 no Goytacaz. Era a segunda rodada do segundo turno, na noite da quinta-feira, 29 de março de 1979. Bom lembrar a escalação: Cantarelli, Toninho, Rondinelli (Nelson), Manguito e Junior; Andrade, Tita e Zico; Reinaldo, Luisinho das Arábias e Julio Cesar. Técnico – Claudio Coutinho.

RECORDES – Líder da geração que levou o Flamengo ao mais elevado patamar de um dos maiores clubes do século XX, Zico bateu o recorde de oito temporadas, sete consecutivas, como artilheiro, entre 1974 e 1980, e 1982. Bateu três recordes de gols em uma temporada, com 49 em 1974; 63 em 1976, e 89 gols em 1979. E se superou, não em gols, mas em atuações individuais notáveis, como o melhor jogador do Flamengo em 10 temporadas consecutivas, entre 1974 e 1983.

MAIOR MARCA – Jogador do Flamengo mais vezes artilheiro do Brasil e do mundo, por temporada, Zico chegou à sua maior marca em 1979, ao fazer 89 gols, tornando-se o maior goleador do futebol mundial na temporada. O resumo altamente expressivo da vitoriosa carreira de Zico, em jogos e em gols, é o de ter marcado 826 gols em 516 jogos oficiais. Zico foi destaque na Udinese, 53 jogos, 30 gols (17 de falta), entre 83 e 85, e pelo Kashima, 64 jogos, 48 gols, entre 91 e 94.

ÚLTIMO JOGO – Foi na tarde do sábado, 2 de dezembro de 1989, no estádio municipal jornalista Mario Helênio, em Juiz de Fora, o último jogo oficial de Zico com a camisa do Flamengo, e ele marcou, de falta, o gol único do primeiro tempo, nos 5 x 0 sobre o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro. Bom lembrar a escalação: Zé Carlos, Josimar, Junior, Rogerio e Leonardo (Marcelinho Carioca); Ailton, Luis Carlos e Zico (Uidemar); Renato Gaúcho, Bujica e Zinho. Técnico – Valdir Espinosa.

TOQUE DE MESTRE – Natural de Xapuri, no Acre, Armando Nogueira – 1927 – 2010 – adotou o estilo de Machado de Assis – 1839 – 1908 -, maior nome da literatura brasileira, e nos brindou com frases antológicas, duas delas entre as que guardo na lembrança, sobre a despedida do craque: “A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico com cheiro de gol”, e “Louvemos o poeta Zico, que jogava futebol como se a bola fosse uma rosa entreaberta a seus pés”.

PRIVILÉGIO – Estou entre os que tiveram o privilégio de ter visto Zico, depois de ter visto Pelé, Garrincha, Julinho, Nilton Santos, Didi, Rivellino, Gerson, só para citar alguns outros geniais. Enquanto repórter da época marcante do rádio, fiz a cobertura, jogo a jogo, da Libertadores e do Mundial de 1981, da geração de ouro que Zico liderou com eficiência e simplicidade. Alegra-me cumprimentar o maior ídolo e artilheiro da história do Flamengo, neste 3 de março de 2021 em que completa 68 anos.

Foto: UOL /Esporte