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LÍDER E CAPITÃO DO MELHOR TIME da história de 127 anos do Flamengo, único campeão da Libertadores e do Mundial de clubes, no mesmo ano de 1981, Zico comemora 70 anos hoje, 3 de março de 2023, com o carinho da família, dos amigos e da maior torcida do Brasil, que o reverencia como o maior ídolo do clube.

MAIOR ARTILHEIRO DO MARACANÃ, então maior estádio do mundo, com 334 gols em 435 jogos, Zico é o recordista dos gols de falta (146), de troféus de melhor sul-americano, em 77, 81 e 82, e de estar no grupo seleto de brasileiros do Hall da Fama da Fifa, com Pelé, Garrincha, Didi, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos.

Sexta-feira, 13 de novembro de 1981, primeiro jogo da final da Libertadores, Flamengo 2 x 1 Cobreloa, 93.985 pagantes no Maracanã. O capitão Mario Soto; o capitão Zico, autor dos gols, e o repórter Deni Menezes, da Rádio Nacional.

COM AMPLA VISÃO do campo, Zico não via, antevia. Antes de receber a bola, já sabia como daria sequência à jogada, sempre com o passe preciso ou a finalização certa. O drible foi outra de suas grandes virtudes, principalmente o drible curto, que assimilou desde cedo no futebol de salão, hoje futsal, no Juventude de Quintino.

ZICO CHEGOU AO FLAMENGO aos 14 anos, levado por Celso Garcia, amigo e vizinho da família, bom narrador de futebol no rádio dos anos 60/70, com quem trabalhei. Celso viu Zico marcar 10 gols nos 15 x 3 do River da Piedade, que jogava com a camisa do Santos, e o levou à Gávea: “Aqui é o lugar dele, tem que vestir o manto”.

Rua Lucinda Barbosa, em Quintino, onde o maior ídolo do Flamengo nasceu: Tonico, Zico, Antunes, Edu e Nando.

PEQUENO E FRANZINO, Zico nasceu Arthur, passou a Arthurzinho e depois a Arthurzico, até que a prima Ermelinda abreviou para Zico: “Ele vai ser craque e nome de craque tem que ser curto”, referindo-se ao caçula dos seis filhos da carioca Matilde da Silva Coimbra e do português rubro-negro José Antunes Coimbra.

ZICO FOI CINCO VEZES CAMPEÃO carioca, com técnicos diferentes: Zagallo em 72, Jouber em 74, Claudio Coutinho em 78, Paulo Cesar Carpegiani em 81 e Sebastião Lazaroni em 86: “Fui bem orientado por todos, cada um a seu modo e com filosofia de jogo que se ajustava e melhorava o rendimento da equipe”.

Abril de 2022 no CFZ: Marcelo Santos, Zico, Deni Menezes e Iata Anderson.

SEIS VEZES ARTILHEIRO do Campeonato Carioca – 75, 77, 78, 79, Especial 79 e 82 -,
Zico foi o único, que acompanhei como repórter na cobertura do Flamengo, que vi treinar cobrança de falta, sem goleiro, após o treino do grupo. Ele colocava a camisa na junção do travessão com a trave para acertar o ângulo. E acertava sempre.

ENTRE 1971 E 1983, ZICO marcou 476 gols em 635 jogos, antes de ser vendido por 4 milhões de dólares para a Udinese. No time italiano, em 50 jogos, marcou 57 gols, 17 de falta, e foi vice-artilheiro do campeonato com 19, só menos 1 gol que o meia francês Michel Platini, que fez mais seis jogos pela Juventus de Turim.

13 de dezembro de 1981, no Estádio Nacional de Tóquio, Zico, Tita, Andrade, Leandro e Junior com a única taça de campeão mundial do Flamengo após 3 x 0 no Liverpool.

ZICO ENTROU E SAIU CONSAGRADO no Japão, como jogador do Kashima Antlers, que o homenageou com uma estátua em tamanho natural, em frente ao estádio, e da seleção, que dirigiu na Copa do Mundo de 2006. Inspirou-se em Telê Santana, seu técnico nas Copas de 82 e 86: “Correto, inteligente e detalhista” – resume.

DOS 854 GOLS da carreira, Zico marcou 66 em 88 jogos pela seleção, com 65 vitórias, entre 1976 e 1989. O primeiro gol de Zico, em Mundiais, marcado de cabeça no último minuto, e que seria o da vitória sobre a Suécia, na estreia em 78, o árbitro inglês Clive Tomas não validou, alegando que havia apitado o fim do jogo.

ZICO NASCEU ÀS 7 da manhã da 3ª feira, 3 de março de 1953, na casa 7 da Rua Lucinda Barbosa, em Quintino. Maria José, única irmã, relembra: “Quando garoto, ele já controlava bem as emoções. Não se via o Zico explodindo, nem de alegria nem de raiva”. Em 1979 ele foi o maior artilheiro do futebol mundial com 89 gols.

NANDO, primeiro jogador brasileiro perseguido pela ditadura do golpe militar de 1964, o ex-meia-atacante, hoje aos 77 anos, recorda: “Pequeno, lourinho, carinha simpática, sempre alegre e sorridente, não tinha quem não gostasse dele na nossa rua”. Nando Coimbra jogou no Madureira e no América.

O ÚNICO QUE NÃO fez carreira no futebol foi Antonio Antunes Coimbra, o Tunico, falecido em julho de 2021: “Nós éramos o Grupo de Quintino Futebol e Carnaval e o Zico mandava bem entre os ritmistas. O Edu era o craque do tambor e eu “enganava” entre o chocalo e o surdo. Fomos campeões de alguns concursos”.

O SUBÚRBIO ROMÂNTICO de Quintino não sai da lembrança de Zico: “As ruas de terra viravam campos de futebol e os chinelos de dedo foram usados como trave em muitos jogos”. Fã de todas as escolas de samba, Zico foi enredo da Imperatriz Leopoldinense no carnaval carioca de 2014.

PARABÉNS, ZICO! Saúde e muita luz no teu caminho e de todos da tua família!

Fotos: Fla Resenha, UOL,