O ANO SEMPRE COMEÇA com os parabéns a Rivellino, canhoto exímio nas cobranças de falta e na precisão dos lançamentos, que hoje completa 79 anos, nascido de uma família de imigrantes do Sul da Itália, na 3ª feira, 1 de janeiro de 1946, no Brooklin, bairro elegante da Zona Sul de São Paulo.
ÍDOLO DO CORINTHIANS e do Fluminense, que em sua estreia com a camisa tricolor fizeram o primeiro jogo em um sábado de Carnaval no Maracanã, na tarde calorenta de 8 de fevereiro de 1975, Rivellino marcou três gols pela única vez e o primeiro de cabeça, o gol de peixinho.
NO DIA SEGUINTE, na primeira página do Jornal dos Sports: “Flu bota o bloco na rua e Timão dá passagem: 4 x 1”. Na volta do intervalo, Rivellino fez o 3º, encobrindo o goleiro, e Gil fechou a goleada. O meia Lance fez o gol do Corinthians, e logo depois foi expulso por José Roberto Wright.
O SHOW FOI COMPLETO, com o desfile da Mangueira na geral e o pontapé inicial do amistoso dado pelo Rei Momo, com a chave da cidade na mão. Estava criado o Clássico Silvio Santos, em homenagem ao apresentador carioca – 1930-2024 -, torcedor declarado do Fluminense e do Corinthians.
NELSON RODRIGUES, genial, escreveu: “Nunca houve uma estreia como a de Rivellino. Se marcasse um gol, um cínico e escasso gol, tricolores vivos ou mortos estariam bebendo champanhe pelo gargalo. Mas não fez um nem dois, mas três gols, numa estreia como jamais haverá outra igual”.
COM RIVELLINO, o Fluminense não foi só bicampeão carioca em 75-76, mas ganhou o Torneio de Paris e a Taça Teresa Herrera. E mais: com 102 mil torcedores, na noite da 3ª feira, 10 de junho de 75, no Maracanã, venceu o Bayern Munique, com cinco da seleção alemã, campeã do mundo de 1974.
O AMISTOSO marcou a estreia de Paulo Cezar, de volta do Olympique de Marselha. O gol, quanta ironia, foi contra de Gerd Muller, maior goleador do Bayern – 605 jogos, 576 gols -, artilheiro da Copa de 70 e autor do gol do título da Copa de 74, com a virada (2 x 1) na Holanda.
ALÉM DE GERD MULLER, o Bayern tinha Schwarzenbeck, Kapelmann, o notável goleiro Sepp Maier e o extraordinário Franz Beckenbauer, capitão e melhor jogador da Copa do Mundo de 74. Era a consagração da Máquina Tricolor, criada pelas boas ideias do presidente notívago Francisco Horta.
SOBRE RIVELLINO recaiu toda a culpa da perda do Paulista de 74 para o Palmeiras. Horta soube aproveitar o ressentimento para convencê-lo a jogar no Fluminense, não sem antes, oferecer à esposa Maysa um buquê de rosas vermelhas com arranjo verde e branco, dando um toque tricolor.
O FLUMINENSE pagou ao Corinthians 8 milhões de cruzeiros, moeda do país de 1970 a 1986, e a renda dividida da estreia no Maracanã, e do segundo amistoso, que o Fluminense também venceu (2 x 1), no Pacaembu.
ENTRE 1975 E 1976, com Rivellino, o Fluminense teve 16 convocados para a seleção, em que ele se tornou o 5º com mais jogos (120) e 40 gols, o 1º da Copa de 70, 4 x 1 na Tchecoslováquia, e o do 1 x 0 na Alemanha Oriental, na Copa de 74.
RIVELLINO, o Bigode, a Patada Atômica, o Curió das Laranjeiras, entre 75 e 78, fez 158 jogos e 53 gols com a camisa tricolor, nenhum tão marcante quanto o do domingo, 1 de junho de 75, da 8ª rodada do returno do então charmoso Campeonato Carioca, no 1 x 0 no Vasco, após o drible do elástico em Alcir. Um dos lances antológicos do Maracanã.
Fotos: Divulgação, Terceiro Tempo, Bola 365 e Wiki Wand