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A ÚLTIMA DAS QUATRO COPAS DE PELÉ, em que se tornou único três vezes campeão do mundo, ficou marcada pelos gols que não fez, e que muitos, até os dias atuais, continuam tentando fazer. Pelé marcou 4 dos 19 gols da primeira seleção brasileira, campeã vencendo todos os seis jogos da campanha de 1970 no México.

PELÉ MARCOU O GOL DA VIRADA na estreia com a Tchecoslováquia. No segundo jogo, deu assistência para Jairzinho fazer o único gol da “final antecipada”, no 1 x 0 sobre a Inglaterra, aos 14 minutos do 2º tempo. Mas, logo aos 10 minutos, parou em defesa milagrosa de Gordon Banks, “a maior defesa da história das Copas”.

O CAPITÃO CARLOS ALBERTO TORRES, de técnica refinada, fez lançamento para Jairzinho, que passou por dois marcadores e cruzou da linha de fundo. Pelé, aos 29 anos, com impulsão de garoto de 17, cabeceou no canto direito. Banks saltou, usou a mão direita, e fez a bola subir e sair a escanteio, rente à trave.

“VI E REVI O LANCE VÁRIAS VEZES e nunca acreditei naquela defesa” – disse Pelé, enquanto Banks, aos 32 anos, campeão da Copa anterior, única até os dias atuais ganha pela Inglaterra, resumia: “Ganhei a Copa de 66, mas só falam de mim por causa daquela defesa, e alguns me chamam para tomar uma cerveja e relembrar”.

NA ESTREIA, Petras fez o gol da Tchecoslováquia, logo aos 11, mas Pelé sofreu falta do zagueiro Vlacav Migas e Rivellino empatou de falta aos 24. No 2º tempo, Pelé fez 2 x 1 aos 14, e aos 19, tentou encobrir o goleiro Ivo Viktor, que voltou desesperado, com chute do grande círculo e a bola passou rente à trave. O Brasil ganhou de 4 x 1.

PELÉ FEZ DOIS GOLS nos 3 x 2 do terceiro jogo com a Romênia, quando a seleção já estava classificada. Na semifinal com o Uruguai, outra jogada de gênio, driblando o goleiro Mazurkiewicz sem tocar na bola, finalizando junto da trave direita. Seria obra-prima, mas os deuses do futebol não ajudaram o rei.

DEPOIS DE CINCO VITÓRIAS no Jalisco, estádio de Guadalajara, a goleada de 4 x 1 na Itália, na final de 21 de junho de 1970, com 107 mil pagantes no Azteca, o lindo e imponente estádio da Cidade do México. Pelé fez 1 x 0 de cabeça e deu o passe para o 4º gol, tornando Carlos Alberto Torres no único capitão a marcar em final de Copa.

PELÉ ABRIU O CORAÇÃO, anos depois, e revelou: “Não joguei a Copa de 74 por causa do regime político. Era difícil conviver e aceitar as imposições da ditadura”. A seleção de 70 foi chefiada pelo brigadeiro Jerônimo Bastos; a de 74, pelo coronel Eric Tinoco Marques, e a de 78 pelo almirante Heleno Nunes.

Fotos: Esporte R7, O Gol, Divulgação