Enquanto o Grêmio tenta se igualar ao Cruzeiro como recordista, com seis títulos, e dar ao futebol gaúcho a oitava conquista, o Palmeiras quer se isolar como terceiro maior vencedor com quatro títulos (está empatado com Flamengo e Corinthians com três), e aumentar a liderança do futebol paulista com dez Copas do Brasil, escolhemos algumas das boas histórias do segundo maior torneio de clubes do Brasil, que começou a ser disputado em 1989 e teve no Grêmio o primeiro campeão.

A COPA DO BRASIL foi criada para diminuir a insatisfação das federações estaduais que tiveram a redução do número de participantes do Campeonato Brasileiro de 1987, com a instituição da Copa União, que reunia só os grandes de cada capital. É suficiente lembrar que em 1979 eram 94 times no Campeonato Brasileiro! O número de equipes da Copa do Brasil passou de 32 para 40 em 1996 e aumentou para 69 em 2000, e de 2001 até 2012, o número de participantes se estabilizou em 64.

A ESTABILIDADE foi perdida em 2013, quando a Copa do Brasil passou a ter 86 times e em 2017 aumentou para 91. Desde 2001, os clubes que participavam da Libertadores não disputavam a Copa do Brasil no mesmo ano, por problema de datas. De 1989 a 1993, o campeão ficava com a taça, mas de 1994 em diante, posse definitiva só com três títulos, que o Grêmio foi também o primeiro a ganhar, com as conquistas de 1994, 1997 e 2001.

REBAIXADOS – Só dois times foram rebaixados à Série B do Campeonato Brasileiro, no mesmo ano em que ganharam a Copa do Brasil: o Juventude, de Caxias do Sul, após decisão de 1999 com o Botafogo, sustentando o 0 x 0 diante de 104 mil torcedores no Maracanã, depois de vencer (2 x 1) o primeiro jogo, no estádio Alfredo Jaconi, na Serra gaúcha. E o Palmeiras, em 2012.

MICO DO FLAMENGO – O futebol do Rio de Janeiro pagou mico em dois anos consecutivos na Copa do Brasil. O Flamengo perdeu (2 x 0, gols de Sandro Gaúcho e Elvis) a decisão de 2004 para o Santo André, do ABC paulista, diante de 71.988 pagantes, no Maracanã, na noite de 30 de junho, depois de 2 x 2 no estádio Palestra Itália, do Palmeiras. Time do Flamengo: Julio Cesar, Reginaldo, André Bahia, Fabiano Éller e Roger (Athirson); Da Silva, Robson (Jônatas), Douglas Silva (Negreiros) e Felipe; Ibson e Jean. Técnico – Abel Braga.

MICO DO FLUMINENSE – No ano seguinte, foi a vez do Fluminense pagar outro grande mico na decisão da Copa do Brasil de 2005, ao perder para o Paulista, de Jundiaí, de Vagner Mancini, hoje técnico do Corinthians. O Paulista fez 2 x 0 no primeiro jogo, no estádio Jaime Cintra, em Jundiaí, e segurou o 0 x 0 em São Januário, diante de 24.950 pagantes, em jogo apitado por Leonardo Gaciba, atual presidente da Comissão de Arbitragem da CBF. Time do Fluminense: Kleber, Schneider (Alan), Antonio Carlos, Fabiano Éller e Juan; Marcão, Preto Casagrande, Diego Souza (Leo Guerra) e Juninho (Toró); Leandro e Tuta. Técnico – Abel Braga.

FLAMENGO x VASCO – Em 2006, pelo terceiro ano consecutivo, o futebol do Rio de Janeiro na final da Copa do Brasil, a primeira entre equipes do mesmo estado. O Flamengo venceu o Vasco por 2 x 0, gols de Luizão e Obina, e uma semana depois, na noite de 26 de julho, por 1 x 0, gol de Juan, diante de 45.459 pagantes, no Maracanã, em jogo apitado pelo gaúcho Carlos Eugênio Simon. Time do Flamengo: Diego, Renato Silva, Fernando e Rodrigo Arroz; Leo Moura, Jônatas, Renato Abreu, Renato Augusto (Peralta) e Juan; Toró (Obina) e Luizão. Técnico – Ney Franco.

BOM LEMBRAR – Nessa final histórica da Copa do Brasil de 2006, a primeira entre dois times do mesmo estado, o técnico do Vasco era Renato Portaluppi, que na noite de ontem (30) classificou o Grêmio para a decisão de 2020 com o Palmeiras. Time do Vasco: Cássio, Vagner Diniz (Valdiram), Jorge Luiz, Fabio Braz e Diego; Ygor, Andrade (Abedi), Ramon e Moraes (Hernane); Valdir e Edilson. Bom dizer: o meia Ramon (Menezes) foi técnico do Vasco no início do Campeonato Brasileiro de 2020. Ramon saiu do Vasco, após se desentender com o técnico Renato.

OUTRAS DUAS – Depois do Flamengo x Vasco de 2006, houve mais duas finais da Copa do Brasil entre equipes do mesmo estado. Em 2014, o Atlético Mineiro venceu o Cruzeiro (2 x 0 e 1 x 0), e em 2015, o Palmeiras ganhou o título pela terceira e última vez, ao vencer o Santos – 4 x 3 nos pênaltis -, após perder o primeiro jogo (1 x 0) e vencer o segundo (2 x 0). Cinco anos depois, o Palmeiras decidirá a Copa do Brasil de 2020, em final inédita com o Grêmio.

O RECORDISTA – Só o gaúcho Roger ganhou quatro vezes a Copa do Brasil. Depois de fazer o gol do único título do Fluminense, em 2007, na final com o Figueirense, em 6 de junho, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, ele foi campeão nos três primeiros títulos do Grêmio, em 94, 97 e 2001. Bom lembrar: Roger formava a zaga com Tiago Silva, hoje no inglês Chelsea, e o técnico do Fluminense era Renato Portaluppi, finalista de 2020 com o Grêmio. Roger Machado é técnico, sem clube desde que saiu do Bahia, em 2 de setembro de 2020, após a derrota (5 x 3) para o Flamengo. Foi bicampeão baiano em 2019-2020.

GOL DE VISITANTE – Desde 2017 a CBF decidiu que o gol marcado fora de casa não vale como critério de desempate. // Bom lembrar: o recordista de gols, em uma única temporada da Copa do Brasil, é o Santos, com 39 marcados em 2010. // Na edição 28 da Copa do Brasil, em 2016, o Grêmio foi o primeiro visitante a ganhar o jogo de ida: 3 x 1 no Atlético, no Mineirão. // Em 2008, o Sport Club Recife, um dos grandes do futebol do Nordeste, foi o primeiro campeão fora das regiões Sudeste e Sul. Só o Norte ainda não teve time na decisão da Copa do Brasil.