a partir da esquerda, Antonio Carlos, Evair, Edilson, Tonhão, Jean Carlo e Zinho Foto: blogs.atribuna.com.br

O retrospecto dos confrontos de Palmeiras e Boca Juniors, que farão uma das semifinais da Libertadores 2018 – a outra será Grêmio x River Plate -, registra a goleada histórica (6 x 1) do Palmeiras, na noite de 9 de março de 1994, no estádio Palestra Itália, na Água Branca, bairro da capital paulista. Foi a maior goleada sofrida pelo Boca em jogos internacionais.

PRIMEIRO JOGO – O confronto começou em 3 de fevereiro de 1935, quando Palmeiras e Boca empataram (1 x 1) em amistoso, em São Paulo. O primeiro jogo da Libertadores – Palmeiras 6 x 1 Boca – foi o da goleada histórica, depois de só 1 x 0 no primeiro tempo, gol do zagueiro Cleber aos 15 minutos. Cleber também jogou no Atlético Mineiro e no Flamengo.

Foto: Roberto Carlos em 1994 / site goal.com

No segundo tempo, o Palmeiras chegou a fazer 6 x 0. Roberto Carlos marcou o segundo gol aos 6; Edilson fez 3 x 0 aos 9; Evair 4 x 0 aos 20 e 5 x 0 aos 26; Jean Carlo 6 x 0 aos 33, e dois minutos depois, Martinez fez o gol do Boca. Três semanas após, o Boca venceu (2 x 1) o jogo de volta, no estádio de La Bombonera, em Buenos Aires.

Foto: Cesar Luis Menotti / site thesefootballtimes.co

OS TIMES – Boca Juniors – Navarro Montoya, Soñora, Noriega, Giuntíni e McAllister; Peralta, Mancuso, Márcico e Carranza; Martinez e Ruben Silva (Acosta). O técnico era Cesar Luis Menotti, campeão do mundo em 1978. Ex-meia-atacante, Menotti foi do Santos em 68 (campeão paulista) e 69, e encerrou a carreira no Juventus, da capital paulista, em 69-70. Jogou no Boca, campeão argentino de 65.

PALMEIRAS – Sérgio, Cláudio, Antônio Carlos, Cleber e Roberto Carlos; César Sampaio (Tonhão), Amaral, Mazinho (Jean Carlo) e Zinho; Edilson e Evair. O técnico era Vanderlei Luxemburgo, campeão paulista e brasileiro em 93, após 17 anos de jejum do Palmeiras.

Foto: Juan Francisco Escobar / site latercera.com

PALMEIRAS 6 x 1 BOCA JUNIORS teve arbitragem de Juan Francisco Escobar, do Paraguai. A moeda da época era o cruzeiro e a renda no estádio Palestra Itália foi de 66 milhões, 084 mil e 500 cruzeiros. Público pagante: 18.875. A Libertadores de 1994 foi ganha pelo Velez Sarsfield (Argentina), que decidiu com o São Paulo: dois 1 x 0 e nos pênaltis 5 x 3.

MAIS SEIS JOGOS – Depois dos dois jogos em 94, Palmeiras e Boca só voltaram a se defrontar pela Libertadores em 2000, nos dias 14 e 21 de junho (2 x 2 na Argentina e 0 x 0 em São Paulo). No ano seguinte (2001), dois empates (2 x 2), em 7 e 13 de junho, em São Paulo e Buenos Aires. 

MAIS RECENTES, em 11 e 25 de abril de 2018: 1 x 1 em São Paulo e Palmeiras 2 x 0 em Buenos Aires, na fase de grupos. O equilíbrio dos oito jogos entre ambos na Libertadores é confirmado pela estatistica: 2 vitórias do Palmeiras, 1 vitória do Boca e 5 empates. O Palmeiras marcou 16 gols e sofreu 10.

OUTRA HISTÓRIA – No jogo mais recente que Boca e Palmeiras disputaram, em 25 de abril de 2018, em Buenos Aires, o Palmeiras tornou-se o quinto brasileiro a ganhar no estádio La Bombonera – assim chamado por ter o formato de uma caixa de bombons -, na maior vitória (2 x 0) de um time brasileiro sobre o Boca na Libertadores, e a maior derrota que o Boca sofreu em casa para um time estrangeiro.

O TOTAL DE JOGOS entre os dois próximos adversários das semifinais da Libertadores 2018 é de 23, com 8 vitórias do Palmeiras, 3 vitórias do Boca e 12 empates. 37 gols do Palmeiras e 26 gols do Boca.

Foto: Os jogadores do Palmeiras (da esquerda para a direita): Em pé: Mazinho, César Sampaio, Cléber, Cláudio, o goleiro Sérgio e Antônio Carlos. Agachados: Amaral, Evair, Roberto Carlos, Edílson e Zinho, antes de partida contra o Boca Juniors, da Argentina, válida pela segunda rodada do Grupo 2 da Copa Libertadores da América 1994. / Acervo Gazeta Press.

Os jogadores do Boca Juniors, da Argentina (da esquerda para a direita): Em pé: Mancuso, o goleiro colombiano Navarro Montoya, Noriega, Giuntini, Peralta, Mac Allister. Agachados: Márcico, Carranza, Martínez, Da Silva e Soñora, antes de partida contra o Palmeiras, válida pela segunda rodada do Grupo 2 da Copa Libertadores da América 1994 /  Acervo Gazeta Press

CARIOCA NA HISTÓRIA DO PALMEIRAS 

Ademir da Guia, hoje aos 76 anos, meio-campo notável que em São Paulo só vestiu a camisa do Palmeiras – 153 gols em 901 jogos, entre 1962 e 1997 -, cinco vezes campeão paulista e cinco vezes campeão brasileiro, acredita no sucesso do time na reta final da Libertadores: “Confio pelo talento dos jogadores e o comando firme do Scolari” – resume o carioca nascido em 3 de abril de 42, em Bangu. 

Foto: Ademir da Guia / divulgação / site torcedores.com

“Filho do Divino” – assim Ademir da Guia era tratado pelos narradores paulistas, em referência a seu pai, Domingos da Guia – 19/11/1912 – 18/5/2000 -, o maior zagueiro da história de todos os tempos. Domingos foi o primeiro brasileiro ídolo do Boca Juniors, que defendeu em 56 jogos nos anos 1935-36, antes do primeiro tricampeonato do Flamengo – 42-43-44 -, em que foi um dos maiores destaques, com Zizinho e a linha média famosa da época, Biguá-Bria-Jayme.

Foto: Domingos Antonio da Guia /pt.wikipedia.org

Ademir da Guia só tinha dois anos quando o pai famoso foi jogar no Corinthians, desde sempre arquirrival do Palmeiras. Domingos não foi campeão paulista, mas encantou os torcedores em 116 jogos, entre 44 e 48. Os três títulos consecutivos que ganhou foram: 1933 – campeão uruguaio no Nacional; 1934 – campeão carioca no Vasco, e 1935 – campeão argentino no Boca Juniors.

Foto: Ademir e Domingos / site trivela.com.br

Em 1938, vinte anos antes de o Brasil ser campeão do mundo, Domingos Antonio da Guia foi da seleção que obteve a melhor colocação nas Copas, o terceiro lugar (4 x 2 na Suécia). Domingos foi eleito o melhor zagueiro da Copa, e outro carioca, Leônidas da Silva – o Diamante Negro -, o primeiro artilheiro do Brasil em uma Copa do Mundo, com oito gols.