NEM SEMPRE HÁ VANTAGEM NO SEGUNDO JOGO EM CASA. O Atlético não aproveitou o pênalti, que Hulk mandou na trave, no 0 x 0 em São Paulo, e foi eliminado pelo Palmeiras, que vai à final pelo segundo ano consecutivo, com o gol fora de casa, no 1 x 1 da noite de ontem (28), em Belo Horizonte. O Palmeiras espera o Flamengo, favorito hoje (29) no Equador, para a quinta final entre times do mesmo país, segunda consecutiva entre brasileiros, dia 27 de novembro.

SEXTA FINAL – A vantagem do Atlético só durou 17 minutos, depois do gol do chileno Vargas, de cabeça, aos 5 do segundo tempo. Dudu empatou aos 22 e o Palmeiras soube manter a vantagem para chegar à sua sexta final, segunda consecutiva. Campeão em 1999, dirigido por Luis Felipe Scolari, o Palmeiras pode ter em Abel Ferreira o primeiro técnico português campeão da Libertadores em dois anos seguidos. 

AO ATLÉTICO, oito anos sem Libertadores, após a única em 2013, dirigido por Cuca, resta manter a liderança do Campeonato Brasileiro, para não completar meio século sem o único título que ganhou no bem distante 1971, quando Telê Santana era o técnico. Cuca resumiu: “Ser eliminado invicto, com a melhor campanha, defesa menos vazada e um dos melhores ataques, dói muito, mas o luto não pode passar de um dia porque a vida continua”.

INSPIRAÇÃO – Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, lembrou José Mourinho, seu ídolo e fonte de inspiração: “Em 2004, na Inglaterra, Mourinho dirigia o Porto e ganhou a Champions empatando com o Manchester United em 1 x 1. Sinto orgulho em ser europeu e português”. E citou também Pedro Proença, ex-árbitro, hoje presidente da Liga Portuguesa; Pinto da Costa, do FC Porto, presidente recordista com 62 títulos, e deixou por último Cristiano Ronaldo: “Ele simboliza a mentalidade vitoriosa do português como o melhor jogador do mundo”.

BOM LEMBRAR – A primeira Libertadores foi em 1960, Peñarol campeão. O São Paulo ganhou a primeira decisão entre equipes do mesmo país, em 2005, com o Atlético Paranaense (4 x 0 e 1 x 1), e perdeu a segunda, em 2006, para o Internacional (2 x 1 e 2 x 2). Em 2007, a Confederação Sul-Americana criou uma regra, revogada em 2017, para evitar finais entre equipes do mesmo país. Em 2018, o quarto título do River, vencendo as finais com o Boca (2 x 2 e 3 x 1).

JOGO ÚNICO – Sempre copiando o modelo europeu, até na escolha do dia da semana (sábado), a Confederação Sul-Americana instituiu a final da Libertadores em jogo único e em estádio neutro. A primeira decisão foi em 23 de novembro de 2019, no estádio Monumental de Lima, capital do Peru, e o Flamengo venceu de virada (2 x 1) o River Plate, ganhando o segundo título, 38 anos depois, na decisão em três jogos com o Cobreloa, do Chile.

MARACANÃ – Chamado de Recreio dos Bandeirantes nos anos 50, porque os paulistas ganharam a maioria dos Rio-São Paulo, principal torneio da época, o Maracanã foi sede, pela primeira vez, da decisão da Libertadores, em jogo único, em 2021, mas valendo o título de 2020, com o adiamento provocado pela pandemia do novo coronavírus. E quem ganhou a primeira Libertadores no Maracanã foi o Palmeiras, 1 x 0 no Santos, no sábado, 30 de janeiro de 2021.

HISTÓRICO – Em outra cópia da União Europeia de Futebol, a Confederação Sul-Americana decidiu fazer o revezamento da sede da final única da Libertadores. A de 2021 – Palmeiras x Flamengo ou Barcelona, se houver hoje (29) uma zebra tamanho família – será no estádio Centenário, em Montevidéu. Ainda que não tão famoso quanto o Maracanã, é um estádio famoso por ter sediado a final da primeira Copa do Mundo, Uruguai 4 x 2 Argentina, no domingo, 7 de julho de 1930.

COINCIDÊNCIA – Aos que ainda não sabem, informo que o Flamengo fará o jogo da noite de hoje (29), no estádio da final da Libertadores 2022, já marcada para o sábado, 29 de outubro, menos de dois meses antes da final da Copa do Mundo, domingo, 18 de dezembro, no Lusail Iconic Stadium (80 mil lugares), da pequena cidade de Lusail, a 20 km de Doha, capital do Catar. Como outras cidades menores do país do Golfo Pérsico, Lusail saiu do zero, em pleno deserto. 

ESTÁDIO MONUMENTAL – O Flamengo terá em campo na noite de hoje (29), oito dos campeões da Libertadores 2019, no belo Estádio Monumental de Guaiaquil, onde cobri a final da Copa América 1993, a primeira disputada por 12 seleções, Argentina 2 x 1 México, e o atacante Zaguinho me deu a camisa verde mexicana número 11. O estádio tem o nome de Isidro Romero Carbo, ex-político e presidente do clube, hoje aos 79 anos, mas só é chamado por Estádio Monumental.

GUAYAQUIL, no original em espanhol, com y, fundada em 15 de agosto de 1834, é homenagem ao cacique Guayas e à sua mulher Quill, que morreram lutando para impedir a colonização dos espanhóis. Embora Quito seja a capital, Guaiaquil é a maior cidade e tem o maior porto do Equador. O estádio, com 80 mil lugares, foi inaugurado em 27 de novembro de 1987, Barcelona 1 x 3 Peñarol, mas a capacidade atual é de 57.267.

CAMPEÃO DO MUNDO – O Barcelona Sporting Club, sempre chamado de Barcelona de Guaiaquil, tem 96 anos, fundado em 1 de maio de 1925. Três técnicos brasileiros foram bem-sucedidos no clube: Antoninho, da seleção olímpica de 1972, que revelou valores do nível de Carlos Alberto Torres; Francisco de Souza Ferreira (Gradim), supersupercampeão carioca em 1958 no Vasco, e Paulo Cesar Carpegiani, campeão da Libertadores e do Mundial de clubes do Flamengo em 1981.

ÚNICO BRASILEIRO – Atual campeão, e com 16 títulos, o Barcelona foi duas vezes vice-campeão da Libertadores, perdendo a decisão de 1990 para o Olímpia, do Paraguai, e a de 1998 para o Vasco. Do elenco atual de 26 jogadores, sob o comando do técnico argentino Fabian Bustos, ex-atacante de 52 anos, o único brasileiro é o zagueiro e volante Gabriel Marques, de 33 anos, mineiro de Pedro Leopoldo, já naturalizado equatoriano, campeão em 2015.

Foto: Lance!