Michel Platini, um dos maiores jogadores do futebol francês e mundial, foi preso pela Polícia Judicial em Nanterre, município da região metropolitana de Paris, acusado em crimes de três categorias das leis do país: corrupção privada, conspiração criminal e tráfico de influência. A principal acusação que recai sobre ele é a de ter recebido dois milhões de euros, e muitas outras vantagens, enquanto exercia a presidência da União Europeia de Futebol (Uefa), entre 2007 e 2015, para o Qatar ser a sede da Copa do Mundo de 2022. Platini passa por situação complicada, a dois dias de completar 64 anos, depois de amanhã (21).
Os promotores estão se aprofundando na investigação em torno do almoço no Palácio dos Campos Elíseos, sede do Poder Executivo da França, de que participaram, em 2015, apenas três figuras: Nicolas Sarkozy, então presidente da República; o sheik Tamin Ben Hamad, primeiro-ministro do Qatar, e Michel Platini, em seu último ano como presidente da União Europeia de Futebol. Ele foi afastado por violar o código de ética ao aceitar dois milhões de euros de Joseph Blatter, então presidente da Fifa, por um trabalho considerado excuso que realizou de 98 a 2002.
FILHO ENVOLVIDO – Laurent, filho de Platini, também está envolvido na transação do pai pelo voto no Qatar para sediar a Copa do Mundo de 2022. Os dirigentes qataris convidaram Laurent, em 2012, para presidir a Qatar Burrda, empresa de material esportivo, subsidiária da Qatar Sports Investiment, que logo depois comprou o Paris Saint Germain, então em situação financeira difícil. Com a entrada da Qatar Sports Investiment, o PSG pôde comprar Neymar, na transação mais cara do futebol mundial.
ATÉ AVIÕES – As investigações de agentes federais franceses revelam que durante o governo de Nicolas Sarkozy, a Qatar Airways – uma das empresas mais ricas do mundo – comprou 50 aviões da Airbus de Toulouse, quarta maior cidade francesa, a 680 km da capital Paris, e considerada o maior centro da indústria aeroespecial da Europa. Do primeiro escalão do ex-presidente francês também estão detidos o assessor direto Sophie Dion e o ex-secretário-geral Claude Guéant, do Palácio da Justiça.
A CARREIRA – Michel Platini teve uma carreira brilhante como meia-atacante, reconhecido como um dos melhores europeus de todos os tempos e entre os mais cotados do mundo. Marcou 312 gols em 580 jogos, sobressaindo-se na Juventus de Turim, entre 82 e 87, com 103 gols em 222 jogos, bicampeão italiano e do time que ganhou a última Liga dos Campeões em 84-85. Platini jogou na seleção francesa de 76 a 87 – 41 gols em 72 jogos – e a dirigiu de 88 a 92.