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A um mês do final do campeonato, seu primeiro como investidor no futebol da Espanha, onde foi ídolo e artilheiro nos times mais importantes, Ronaldo Fenômeno, gerente-geral do Valladolid, pode ver sua equipe entrar no rebaixamento neste sábado (20), se o Celta de Vigo ganhar do Girona. O Valladolid empatou (2 x 2) no único jogo de ontem (19) com o Alavés, e terminou a rodada com 32 pontos, podendo ser superado pelo Celta com 35. Faltam apenas cinco jogos.

EXPERIÊNCIA – Desde que encerrou a carreira – 518 jogos, 352 gols -, Ronaldo queria ser dono de um time, e a primeira experiência está sendo no Valladolid, depois que se tornou majoritário nas ações. Ele investiu durante o campeonato na expectativa de poder ampliar o negócio na temporada seguinte, sem contar que o time pudesse entrar em declínio e chegasse a ficar sob ameaça de rebaixamento, como se encontra agora, faltando quinze pontos em disputa nas cinco rodadas restantes.

CAEM TRÊS – O Campeonato Espanhol dura exatos nove meses, com início em agosto e final em maio, com vinte equipes em pontos corridos. Só as três últimas são rebaixadas. Se o Celta ganhar neste sábado (20) do Girona, o Valladolid passa a ser o primeiro do rebaixamento, acima do Rayo Vallecano (27) e Huesca (25), ambos com chance mínima de escapar. Em evitando a queda, Ronaldo planeja a reestruturação para que o time fique sempre na parte de cima da tabela na próxima temporada.

BARÇA E MADRID – Bom observador e com visão empresarial, tanto que criou a 9ine, inicialmente só para gerenciar a carreira de alguns jogadores, Ronaldo vislumbrou no Valladolid um grande investimento. Bem-sucedido em onze temporadas na Espanha – em 96-97 no Barcelona, com 47 gols em 49 jogos, e de 2002 a 2007 no Real Madrid, com 104 gols em 177 jogos -, o ex-atacante pesquisou o mercado e entrou firme em um clube de porte médio, o Valladolid. Tinha consciência das dificuldades.

VALQUEIRE-GÁVEA – Ronaldo sabe valorizar a vida desde cedo. Aos catorze anos queria muito treinar no Flamengo, clube do coração, mas não tinha como pagar quatro passagens de Vila Valqueire à Gávea. O São Cristóvão assumiu e ele logo se sobressaiu nos treinos, mas ficou pouco. Jairzinho – artilheiro da Copa de 70 – levou-o rápido ao Cruzeiro, onde foi o primeiro amador a viver na concentração dos profissionais, na Toca da Raposa, estreando no Campeonato Brasileiro de 93.

JOGO RÁPIDO – Ronaldo havia sido artilheiro do Sul-Americano sub-17, mas a seleção ficou fora do Mundial 93. Em 94, fez parte do grupo do tetra, ainda que sem disputar nenhum jogo da Copa nos Estados Unidos, apesar da insistência da mãe do técnico Parreira, D.Geni, que pedia para que o escalasse. Na volta, o Cruzeiro o negociou com o PSV. Campeão e artilheiro da Holanda, em 95, com 30 gols, Ronaldo fez 54 gols em 57 jogos, antes de sair em 96 para o Barcelona, que pagou 20 milhões de dólares.

ESPANHA-ITÁLIA – Ronaldo só ficou 96-97 na Espanha, destacando-se com 47 gols em 49 jogos pelo Barcelona e ganhando o primeiro dos três prêmios de melhor do mundo. Aí a Inter entrou no circuito e ele voltou a brilhar com a segunda Bola de Ouro em 97. A terceira foi no Real Madrid, em 2002, ano da glória de artilheiro da última Copa que o Brasil ganhou, a primeira na Ásia e em dois países, Coreia e Japão. A volta à Itália, em 2007-08, no Milan, foi mais modesta: 9 gols em 20 jogos.O que o Fenômeno espera agora é que o Valladolid evite a queda, a fim de que em 2019-2020 possa continuar o trabalho e levar o time à parte superior da tabela. Sem chance de ser campeão, mas, pelo menos, com uma das vagas para os torneios mais importantes da Europa.

Foto: Reprodução do Twitter