FLAMENGO E FLUMINENSE decidirão pela 10ª vez o Campeonato Carioca no Maracanã, onde estabeleceram o recorde mundial de público, entre equipes da mesma cidade, com 177.020 pagantes, no domingo, 15 de dezembro de 1963. O público total, de acordo com registro extraoficial da época, foi de 194.603.

O FLA-FLU DECISIVO de 1963 colocou frente a frente os técnicos dos primeiros tricampeonatos do Flamengo: Flávio Costa, que comandou Domingos da Guia, Zizinho, Pirilo, Bria, Valido e outros notáveis em 1942-43-44, e Fleitas Solich, que em 1953-54-55 dirigiu Dequinha, Evaristo, Benitez, Dida, Zagalo e outros extraclasse.

O FLAMENGO havia completado sete anos sem título, ao perder a decisão de 1962 para o Botafogo por 3 x 0, mas o presidente Fadel Fadel manteve Flávio Costa. O Fluminense contratou Solich, que contava com a liderança do capitão Procópio, e lançou garotos, entre eles Carlos Alberto Torres, em sua 1ª decisão aos 19 anos.

O FLA-FLU FICOU no 0 x 0, mesmo placar do turno, mas teve ritmo intenso, apesar do forte calor. O árbitro carioca Claudio Flavio Magalhães, de 33 anos, halterofilista, teve atuação facilitada pelo elevado nível disciplinar das equipes, que cometeram poucas faltas: 8 do Fluminense, 9 do Flamengo. Na época, ainda sem cartões.

O LANCE MARCANTE foi aos 42 do 2º tempo, quando o ponta Escurinho, entre a marca do pênalti e a pequena área, perdeu o que seria o gol do jogo, com chute fraco, nas mãos do goleiro Marcial, que pouco depois se formaria em medicina. 

O FLAMENGO teve mais 1 ponto que o Fluminense (39 a 38); mais uma vitória (17 a 16); menos 1 empate (5 a 6); iguais em derrotas (2) e o único item ganho pelo Fluminense foi o de saldo de gols (38 a 29), com 48 marcados e 10 sofridos, enquanto o Flamengo marcou 46 e sofreu 17. Bianchini, do Bangu, artilheiro (18).

FLAMENGO – Marcial, Murilo, Luis Carlos, Ananias e Paulo Henrique; Carlinhos (c) e Nelsinho; Espanhol, Airton, Geraldo e Osvaldo, que ganhou o apelido de Ponte Aérea porque saía na correria do Maracanã para o aeroporto após os jogos. Paulista de Campinas, jogou também no São Paulo, mas só foi campeão no Flamengo (63-65)

FLUMINENSE – Castilho, Carlos Alberto Torres, Procópio (c), Dari e Altair; Oldair e Joaquinzinho; Edinho, Manuel, Evaldo e Escurinho, motorista de táxi pouco depois de encerrar a carreira. No ano seguinte (1964) o Fluminense foi campeão, último título de Castilho, recordista de jogos com a camisa do clube (698), de 1946 a 1965.

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