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O TÉCNICO RENATO CRIOU OUTRO EMBARAÇO, ao trocar o Flamengo pelo Grêmio, na última entrevista antes da decisão de hoje (27) com o Palmeiras, e voltou a ser alvo dos torcedores, que já o haviam criticado por não ter comemorado os gols no 2 x 2 com o ex-clube, em Porto Alegre. Ele entra consciente na final, sabendo que nem o título será capaz de mantê-lo técnico do Flamengo em 2022, depois de não ganhar o esperado tricampeonato brasileiro.

NEM MESMO QUANDO o time ganhou os sete primeiros jogos consecutivos, com goleadas de 5 x 0, 5 x 1 e 6 x 0, houve aquela química entre o técnico e a torcida, que aproveitou para gritar o nome do míster, depois da eliminação no 3 x 0 da Copa do Brasil. Antes das restrições dos torcedores, as de alguns dirigentes, que sequer queriam que houvesse entrado. A pressão interna é bem mais forte e só pode ser contida com vitórias. Todo técnico sabe disso.

AO FLAMENGO FOI IMPOSTA uma sequência desumana de jogos, com intervalos curtos, o que provocou problemas musculares em alguns dos jogadores decisivos, tipo Arrascaeta e Bruno Henrique, que não se sabe como reagirão nesta final. Sem que tenha culpa, Renato está pagando a conta, sem perder o otimismo: “O Flamengo será outro nesta final. Conheço bem a força dos jogadores e sei do que são capazes em momentos importantes e decisivos”.

ABEL FERREIRA pode ser o primeiro técnico estrangeiro a ganhar a Libertadores duas vezes consecutivas e o terceiro a conquistar dois títulos continentais de clubes, tal como Manuel José com o Al-Ahly, do Egito, campeão da Copa da África (2005-2006), e José Mourinho, campeão da Liga dos Campeões com o Porto (2003-04) e com a Inter de Milão (2009-10). Abel Ferreira vê em Mourinho a imagem que reflete bem o valor e a competência do treinador português.

NÃO SÓ OS CITADOS. Há também Leonardo Jardim, que revelou Mbappé no Mônaco, hoje brilhando ainda mais no PSG, e que na última 3ª (23), tornou-se o primeiro técnico português campeão da Ásia pelo Al-Hilal, da Arábia Saudita, com 2 x 0 no Pohang Steelers, da Coreia do Sul. Nesse jogo, o meia Nasser Al-Dawsari, de 22 anos, marcou o gol mais rápido de uma final da Ásia, com um chute forte da entrada da área, aos 19 segundos.

ABEL FERREIRA revelou na última entrevista antes da decisão: “Tivemos um propósito claro, desde o primeiro dia: ganhar a final. Foi assim que encaramos cada etapa da subida da montanha. Estamos na final por mérito e esforço, caráter e competência, e acreditarmos uns nos outros, sem vaidade pessoal. Como europeu, sinto-me privilegiado em disputar a final do principal torneio sul-americano pelo segundo ano consecutivo, e isso agradeço aos jogadores”.

O TÉCNICO DO PALMEIRAS também fez questão de dizer: “O grupo está preparado para decidir. A tática é 30% do jogo. Os outros 70% são da capacidade de lidar com os momentos de tensão. Fui bem claro, e repeti para não deixar dúvida: quero que cada um seja fiel ao seu jogo e jogue de forma coletiva. É o mais importante que pedi, e que ainda vou pedir de novo, antes da saída do vestiário para o campo. Se assim acontecer, nosso objetivo será alcançado”.

Foto: Lance!