Escolha uma Página

Imagem: MRNews

Quarenta anos depois de sua maior conquista, a primeira Copa do Mundo, ganha na tarde do domingo 25 de junho de 1978, com 3 x 1 sobre a Holanda, a Argentina volta a viver hoje (24 de novembro de 2018) um dia histórico do seu futebol, que ampliará a liderança de títulos da Copa Libertadores, com o vigésimo quinto em 59 disputadas, que será do River Plate ou do Boca Juniors. O River, em busca do quarto; o Boca, tentando igualar-se ao Independiente, maior vencedor com sete.

MESMO CENÁRIO – Palco da abertura e do encerramento da Copa do Mundo de 1978, o Estádio Monumental de Nuñez, no bairro Belgrano, próximo do Centro da capital Buenos Aires, será também neste sábado o cenário maravilhoso da primeira final da Libertadores entre times argentinos. Boca e River poderão ter que decidir em prorrogação ou até em pênaltis, em caso de outro empate, com qualquer placar, depois dos 2 x 2 do jogo de ida, no estádio de La Bombonera, do Boca.

O MONUMENTAL foi construído entre 1936 e 1938, ao custo, na época, de um milhão de dólaresO jogo inaugural, há 80 anos, foi River 3 x 1 Penãrol, na tarde de 25 de maio de 1938, com 61.688 torcedores. O maior público foi em Argentina 0 x 1 Itália, em 10 de junho de 1978.

  • 100 MILHÕES DE DÓLARES – É quanto renderá a final da Libertadores, com todos os ingressos vendidos. O campeão ganhará 10 milhões (milhões de reais). Presença exclusiva dos torcedores do River, como foi a dos torcedores do Boca no primeiro jogo. Para manter a segurança e apesar de o presidente da República ter autorizado torcidas mistas, a Associação do Futebol Argentino (AFA) preferiu, por bom senso, manter torcida única. 

 

  • NOVIDADE – A Confederação Sul-Americana de Futebol autorizou River e Boca a fazerem a quarta substituição, se houver prorrogação. O árbitro escolhido foi Andrés Cunha, uruguaio, 42 anos, com atuações em duas semifinais importantes neste ano de 2018: França x Bélgica, na Copa do Mundo, e Grêmio x River, jogo de volta em que o River, de virada, venceu em Porto Alegre. O responsável pelo árbitro de vídeo é Leodan Gonzalez, que terá três árbitros assistentes.

 

  • VIGÉSIMO SEXTO – Na história dos jogos entre os dois maiores times argentinos, será o vigésimo sexto River x Boca pela Copa Libertadores. O Boca venceu 10, o River ganhou 7 e houve 8 empates. A última vitória do Boca no estádio do River foi em março de 1991 (2 x 0, gols de Gabriel Batistuta, segundo artilheiro da seleção, 56 gols em 78 jogos, entre 91 e 2002, e um dos maiores goleadores da italiana Fiorentina, 202 gols em 328 jogos, entre 91 e 2000).

 

  • OS TRÊS DO RIVER – O primeiro título de campeão da Libertadores do River foi em 1986, ganhando os dois jogos com o América: 2 x 1 em Cali (Colômbia) e 1 x 0 em Buenos Aires. Por coincidência, a segunda Libertadores do River, ganha 10 anos depois, foi também em finais com o América: 1 x 0 em Cali e 2 x 0 em Buenos Aires. 19 anos depois, o terceiro título, na decisão com Tigres: 0 x 0 no México e 3 x 0 em Buenos Aires.

 

  • OS SEIS DO BOCA – A primeira Libertadores do Boca, em 1977, foi ganha nos pênaltis (5 x 4), no Mineirão, onde perdeu para o Cruzeiro (1 x 0, gol do lateral Nelinho), após vencer, também por 1 x 0, o primeiro jogo, em Buenos Aires. O Boca foi bi em 78, decidindo com o Deportivo Cali, primeiro colombiano finalista, 0 x 0 em Cali e 4 x 0 em Buenos Aires. 

 

  • O BOCA voltou, 23 anos depois, a ganhar duas vezes consecutivas a Libertadores. Em 2000, pela segunda vez nos pênaltis, venceu o Palmeiras (4 x 2), após 0 x 0 no Morumbi. No jogo de ida, em Buenos Aires, 2 x 2. Em 2001, o Boca venceu (1 x 0) o jogo de ida com o Cruz Azul, no estádio Azteca da Cidade do México, e perdeu na volta (1 x 0), em Buenos Aires. Nos pênaltis, 3 x 1. 

 

  • COM O SANTOS – A quinta Libertadores que o Boca conquistou foi em 2003, derrotando duas vezes o Santos: 2 x 0 na Bombonera e 3 x 1 no Morumbi. O Santos era dirigido pelo técnico Emerson Leão e seus principais jogadores eram Robinho, hoje na Turquia; Diego, no Flamengo, e Ricardo Oliveira, no Atlético Mineiro. 

 

  • A LIBERTADORES mais fácil que o Boca conquistou foi a última, em 2007, fazendo 8 x 0 no Grêmio, nos dois jogos das finais: 5 x 0 na Bombonera e 3 x 0 no antigo estádio Olímpico, em Porto Alegre. O técnico do Grêmio era Mano Menezes, hoje no Cruzeiro. O goleiro Marcelo Grohe era reserva e o meia Diego Souza, hoje no São Paulo, era titular. Em 12 jogos finais da Libertadores, o Boca marcou 21 gols e sofreu 5.

O Boca é quatro anos mais novo que o River. Fundado em 3 de abril de 1905, o Boca tem 113 anos, é o atual bicampeão e ganhou 33 títulos de campeão argentino, seis Libertadores e três Mundiais de clubes (1977, 2000 e 2003). Principais jogadores de sua história: Maradona e Tevez. Brasileiros que brilharam no Boca: Domingos da Guia, Heleno de Freitas e Paulo Valentim, artilheiro do Campeonato Carioca de 1957, marcando 5 gols na final (6 x 2 no Fluminense).

 

O River tem 117 anos, fundado em 25 de maio de 1901, 36 vezes campeão argentino, quatro vezes campeão da Libertadores e uma vez campeão mundial de clubes, em 1986, ano em que a seleção argentina ganhou pela segunda e última vez a Copa do Mundo.

Jogadores notáveis do River: Amadeo Carrizo, goleiro que sofreu em 1957, no Maracanã, o primeiro gol de Pelé pela seleção. Alfredo Di Stefano, um dos monstros-sagrados da bola, depois pentacampeão europeu no Real Madrid. Ubaldo Fillol, goleiro que brilhou no Flamengo. Mario Kempes, artilheiro da Copa de 78. Mascherano, que depois brilhou no Barcelona. Gonzalo Higuain, hoje no Milan, emprestado pela Juventus, e Enzo Francescoli, artilheiro e considerado jogador-símbolo da história do clube.

  • O Boca vai para a final de hoje (sábado, 24) ainda mais otimista: não perdeu como visitante na Libertadores 2018. Foram cinco empates e uma vitória (4 x 2) sobre o Libertad, do Paraguai.

 

  • O River também se enche de otimismo ao lembrar que ganhou todas as finais em seu estádio e não sofreu gol nas últimas três. O técnico Marcelo Gallardo, um dos cinco argentinos campeões como jogador e técnico, está invicto nos últimos 20 jogos no estádio do River: 13 vitórias, 7 empates.

 

  • O River perdeu pela última vez, na Libertadores, em seu estádio Monumental de Nuñez, em fevereiro de 93 para o Newell’s Old Boys (1 x 0). Desde então, contra times argentinos, o River está invicto: 11 vitórias, 7 empates. Ganhou os últimos quatro jogos. 

 

  • O Boca venceu, como visitante, 6 dos 23 jogos com times argentinos, mas seu retrospecto fora da Bombonera não é bom na Libertadores: 6 empates, 11 derrotas.

 

  • O River marcou os três de seus últimos quatro jogos de bola parada (na Argentina, usa-se balón quieto). De seus últimos oito gols, o River fez sete no segundo tempo.

 

  • O Boca teve mais posse de bola em nove de seus últimos treze jogos, incluído o primeiro da decisão (2 x 2), com 52,2%.

 

  • Martin Sakamoto, chefe da base Antártica Esperança, com 57 tripulantes, informa que 22 torcem pelo River, 15 pelo Boca e os 20 restantes torcem por outros times argentinos. A temperatura por lá é de três graus negativos, e todos vão assistir em um telão.

 

  • O Independiente, além de ser o maior ganhador da Libertadores, é o único da história do maior torneio de clubes da América do Sul a conquistar quatro consecutivos: após os dois primeiros – 64-65 -, foi campeão em 72-73-74-75, e seu último título foi em 1984.

 

  • O futebol argentino será 25 vezes campeão da Libertadores, hoje, ampliando para sete títulos a vantagem sobre o futebol brasileiro, que ganhou 18.