EM TODOS OS JOGOS deste primeiro domingo (5) de março de 2023, o minuto de silêncio do futebol, em respeito à memória de Romualdo Arppi Filho, referência da arbitragem brasileira durante três décadas. Ele morreu hoje, aos 84 anos, em Santos, no litoral de São Paulo, onde nasceu no sábado, 7 de janeiro de 1939.

DOIS ANOS ANTES de ter sido o segundo sul-americano a apitar final de Copa do Mundo, Argentina 3 x 2 Alemanha, domingo, 29 de junho de 1986, no Estádio Azteca da Cidade do México, Romualdo havia sido o árbitro de outra grande final, a do Mundial de clubes, Independiente (Argentina) 1 x 0 Liverpool, domingo, 9 de dezembro de 1984, com 65 mil torcedores no Estádio Nacional de Tóquio.

Romualdo Arppi Filho, entre os capitães Maradona e Rummenigge, 
na final da Copa do Mundo de 1986, no Estádio Azteca.

ROMUALDO ARPPI FILHO apitou duas grandes finais do Campeonato Brasileiro no Maracanã, a de 1984, Vasco 0 x 0 Fluminense, domingo, 27 de maio, com 128.781 pagantes (Fluminense 1 x 0 no 1º jogo), e a de 1985, Bangu 1 x 1 Coritiba (6 x 5 nos pênaltis), 4ª feira, 27 de julho, com 91.527 pagantes.

ÁRBITRO AMADOR desde os 14 anos, estreou aos 18 entre os profissionais . Árbitro Fifa de 1963 a 1989, Romualdo Arppi Filho atuou nos Jogos Olímpicos do México (1968), Moscou (1980) e Los Angeles (1984), em dois jogos de cada edição, com destaque para a semifinal Hungria 5 x 0 Japão, em 22 de outubro de 1968.

ROMUALDO foi árbitro de três edições da Copa América, em 1975, 1979 e 1987, quando apitou a final Uruguai 1 x 0 Chile, domingo, 12 de julho, com 35 mil pagantes no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Foi dos primeiros que vi aplicar bem a lei da vantagem, o que poucos dos atuais sabem exercer.

POUCOS SE LEMBRAM, mas logo que a Loteria Esportiva foi implantada, em abril de 1970, Romualdo passou a ser chamado de “coluna do meio” porque a maioria dos jogos que apitava terminava em empate. Bem-humorado, ele apenas ria. Usou uniforme preto na maioria dos jogos, como quase todos os árbitros da época.

ROMUALDO foi um dos homenageados pela Federação Amazonense de Futebol, presidida por Flaviano Limongi, que representei nos anos 60-70 no Rio, assim como Armando Marques, Arnaldo Cezar Coelho, Agomar Martins, Walquir Pimentel, Luis Carlos Félix, Oscar Scolfaro, José Favilli Neto e outros bons árbitros, no Vivaldo Lima, o Vivaldão, então o maior estádio de Manaus, capital onde nasci.

QUE DEUS DÊ MUITA LUZ AO ESPÍRITO DE ROMUALDO ARPPI FILHO.