O TÉCNICO JORGE SAMPAOLI, de 63 anos, usou as redes sociais, ontem (2), para desabafar: “O Flamengo vive uma crise, bem antes da minha chegada em abril. Os problemas internos não são poucos e afetam muito o futebol. Fiz o que pude para resolver, mas não consegui. O Flamengo era o maior objetivo de vitórias e títulos da minha carreira, mas saí sem alcançar, como planejei e esperava” – resumiu Sampaoli, demitido na 5ª feira, 28 de setembro, após cinco meses no clube.
TAIS REVELAÇÕES não chegam a ser novidade. Sampaoli já havia feito declarações similares, em entrevistas coletivas, pelo menos depois de dois ou três jogos dos 39, em que venceu 20, perdeu 8 e empatou 11. Ele criou áreas de atrito na convivência diária e saiu desgastado com quase todos os jogadores e funcionários, que olhava por cima do ombro, sentindo-se em nível bem superior. Só ficou até a final da Copa do Brasil por vontade do presidente do clube.
SAMPAOLI FOI UM DOS EQUÍVOCOS do Flamengo, tornando-se no terceiro pior da administração de Rodolfo Landim, e saiu recebendo a segunda maior indenização paga pelo clube, que contratou o espanhol Domènec Torrente, simplesmente por ter sido auxiliar de Guardiola. No entanto, o pior de todos foi Vitor Pereira, que mentiu para o Corinthians, alegando doença da sogra, para acertar com o Flamengo, que lhe pagou a maior multa rescisória.
O PRESIDENTE DO FLAMENGO jamais conseguirá explicar, menos ainda convencer, sobre a não-renovação do contrato de Dorival Junior, após ganhar a Libertadores e a Copa do Brasil, tal como sucedeu com Rogerio Ceni, campeão brasileiro e da Supercopa do Brasil, que sofreu demissão grosseira no meio da madrugada. Sampaoli, o mais recente demitido, e um de seus assistentes deixaram marcas de atrito e agressão, como as dos socos na cara de Pedro e Varela (dado por Gerson).
O ÚNICO ESTRANGEIRO quase 100% bem-sucedido foi Jorge Jesus, que venceu 44, empatou 10 e ganhou mais títulos do que as quatro derrotas que sofreu em 58 jogos. Campeão carioca, brasileiro, Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana, ele conseguiu resgatar a Libertadores, 38 anos depois, e só não venceu o Mundial de clubes porque teve medo em 120 minutos, diferente da geração Zico, que em 1981 liquidou o Liverpool com 3 x 0 em 28 minutos.
Foto: Reprodução Instagram / sampaolioficial