Foto: JOHN SIBLEY/REUTERS
O Santos vai entrar na temporada de 2019 com o técnico Jorge Sampaoli, 58 anos, que acerta neste fim de semana as condições de contrato e de trabalho com o clube da Vila Belmiro, que assim voltará a ter um técnico argentino depois de 41 anos. O último foi o zagueiro Ramos Delgado – campeão paulista em 67-68-69 e 73 -, que dirigiu o time em 77-78, após curto estágio na base. No River, tricampeão argentino em 55-56-57, 172 jogos. No Santos, de 67 a 73, 324 jogos.
Antes de Ramos Delgado – 26/8/1935 – 3/12/2010 -, o Santos só havia tido um técnico argentino, Abel Picabéa, em 46-47, depois de dirigir o Canto do Rio, de Niterói (1941), São Cristóvão (42-44) e o Madureira (45-46). Picabéa foi o décimo terceiro técnico do time na história do Santos, com aproveitamento de 60,56%: 38 vitórias, 15 empates, 18 derrotas. O último time que Picabéa dirigiu no Brasil foi o Vasco, em 60-61.
VEM COM TRÊS – Jorge Sampaoli, o novo técnico do Santos, terá dois assistentes e um preparador-fisico, ao realizar o desejo bem antigo de treinar um time brasileiro. Aos 58 anos, nascido em 13 de março de 1960, em Casilda, município da província de Santa Fé, ele foi lateral-direito da base do Newell’s OId Boys, de 77 a 79, mas teve fim de carreira prematuro, devido à fratura da tíbia e da fíbula aos 19 anos. Começou a carreira de técnico, em 92, com os garotos do modesto time do Alumni, de Casildas.
SUBIU NA ÁRVORE – Jorge Sampaoli diz que sempre teve dificuldade desde o início da carreira de treinador. Em 66, quando dirigia o Belgrano, de Arequito, teve que subir numa árvore para passar instruções ao time, após ser proibido de entrar no pequeno estádio. O presidente Eduardo Lopez, do Newell’s Old Boys, viu a foto em um jornal e o convidou para dirigir o time. No mesmo ano (1992) saiu para dirigir o Juan Aurich, do Peru, mas foi logo demitido: em oito jogos, o time só ganhou um…
LIBERTADORES – Em 2010 foi vice-campeão do Equador com o Emelec e disputou, pela primeira vez, a Libertadores. Em 2011, o primeiro título internacional dele e do time, quando o Emelec foi campeão da Copa Sul-Americana. Em 2012 perdeu a Libertadores para o Boca (2 x 0 na Argentina e 0 x 0 no Equador). Quatro anos depois, Sampaoli atravessou o Atlântico para treinar o Sevilha, que comandou em 53 jogos, em 2016 e 2017.
NA SELEÇÃO – Jorge Sampaoli teve aproveitamento de 55,56% na seleção da Argentina, que dirigiu em 2017 e até metade de 2018, após a eliminação da Copa do Mundo na Rússia. Em 15 jogos, 7 vitórias, 4 empates, 4 derrotas. Na Copa, a Argentina fez campanha decepcionante, empatando (1 x 1) com a Islândia, em jogo em que o goleiro defendeu pênalti de Messi, e perdendo para os finalistas – Croácia 3 x 0 e França 4 x 3 -, com atuações bem abaixo do esperado.
O RECORDISTA – Bom lembrar que nenhum técnico na história do Santos FC foi tão vitorioso quanto Luis Alonso Perez – o Lula -, que dirigiu o time de 1954 a 1966, ganhando 38 títulos: 8 Campeonatos Brasileiros – cinco consecutivos -, 5 Campeonatos Paulistas, as duas primeiras Libertadores e os dois primeiros Mundiais de clubes (62-63) conquistados por brasileiros, e quatro Torneios Rio-São Paulo, para citar apenas alguns dos mais expressivos.
REGISTRO INTERESSANTE de sua carreira de técnico. Depois que deixou o Santos e foi treinar o Corinthians, em 1968, o Corinthians voltou a vencer o Santos (2 x 0), após 11 anos, em jogos do Campeonato Paulista. Lula viveu apenas 50 anos. Nasceu em Santos em 1 de março de 1922 e morreu em São Paulo em 15 de junho de 1972, devido a complicações decorrentes de um transplante renal. Foi amigo pessoal de Pablo Picasso – 25/10/1881 – 8/4/73 -, notável artista espanhol, de quem ganhou várias pinturas e desenhos, verdadeiras obras-primas de uma das figuras mundialmente famosas das artes do século 20.