Quando Santos e Flamengo entrarem em campo amanhã, no último domingo (30) de agosto de 2020, estará sendo escrita mais uma página especial do grande clássico entre dois dos apenas três times da Série A, até hoje nunca rebaixados em toda a história do Campeonato Brasileiro. A famosa Vila Belmiro, que viu nascer Pelé – o maior jogador do mundo em todos os tempos -, será o cenário do jogo 75, com o equilíbrio de 26 vitórias do Flamengo, 25 vitórias do Santos e 23 empates.
POUCO IMPORTA que o anfitrião Santos seja sexto com sete pontos – 2 vitórias, 1 empate, 2 derrotas – e esteja zerado nos gols (6 x 6) nem que o visitante Flamengo seja décimo quinto com cinco pontos – 1 vitória, 2 empates, 1 derrota – e esteja com saldo negativo de três gols (3 x 6). Sobrepõem-se a esses números, os catorze títulos da história de dois dos maiores vencedores: o Santos, pentacampeão de 61 a 65, e em 68, 2002 e 2004, e o Flamengo, campeão em 80, bi 82-83, 92, 2009 e 2019.
JOGO DE 9 GOLS – Entre os confrontos mais recentes, o jogo de 9 gols da noite de 27 de julho de 2011, com 12.968 pagantes na Vila Belmiro, ficou marcado pela virada estupenda (5 x 4) do Flamengo, com três gols de Ronaldinho Gaúcho. O Santos fez 3 x 0, com dois de Borges, aos 4 e aos 16, e o de Neymar, aos 26. O Flamengo fez dois em três minutos, com Ronaldinho aos 28 e Tiago Neves aos 31, e Deivid marcou o terceiro do Flamengo, aos 43, em eletrizante primeiro tempo de seis gols (3 x 3).
A GRANDE VIRADA – Na volta do intervalo, logo aos 5 minutos, Neymar fez o quarto gol e o Santos aumentou a pressão, que o Flamengo soube resistir, até chegar à grande virada (5 x 4), com os gols de Ronaldinho aos 22 e aos 36, levando a torcida ao delírio. Foi a mais brilhante atuação do notável craque gaúcho, aos 31 anos, ao voltar de nove temporadas na Europa – 2001 a 2010 -, com 148 gols, em exatos 400 jogos, pelo PSG, Barcelona e Milan. Bom lembrar: no Flamengo, entre 2011 e 2012, Ronaldinho fez 28 gols em 72 jogos, e foi campeão carioca em 2011.
BOM RECORDAR – Felipe, Leo Moura, Welinton (David), Angelim e Junior Cesar; Willians, Luis Antonio (Bottinelli), Renato e Tiago Neves; Ronaldinho e Devid (Jean) – oFlamengoqueVanderlei Luxemburgo dirigiu na virada histórica (5 x 4) sobre o Santos, de Muricy Ramalho, com Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Leo; Ibson, Arouca, Elano (Alan Kardec) e Ganso; Neymar e Borges. O Corinthians foi o campeão brasileiro de 2011, com 71 pontos, seguido do Vasco (69), Fluminense (63) e Flamengo (61 pontos).
MAIOR PÚBLICO – O túnel do tempo nos leva, 28 anos antes, ao domingo nublado de 29 de maio de 83, quando o Flamengo foi bicampeão, diante de 155.523 pagantes, recorde de finais do Campeonato Brasileiro, no Maracanã dos anos dourados. No domingo anterior, no Morumbi, o Santos havia ganho (2 x 1), e poucos rubro-negros sabiam da despedida de Zico. Em seu último jogo, ele fez 1 x 0, logo no primeiro minuto, e aos 39, com a precisão habitual, bateu falta na cabeça de Leandro, que marcou o segundo gol.
SHOW DE ADÍLIO – Na despedida de Zico – 476 gols em 635 jogos, entre 71 e 83 -, o segundo tempo foi de um grande show do camisa 8 Adílio, que aos 44 marcou o terceiro gol dos 3 x 0 no Santos, dominado do início ao fim. Bom lembrar: Adílio fez 616 jogos e marcou 128 gols, entre 75 e 87. Zico, depois de 53 jogos e 30 gols, entre 83 e 85 na Udinese, voltou aoFlamengoe marcou 33 gols em 97 jogos, entre 85 e 89, somando 732 jogos e 509 gols.O total na carreira foi de 595 gols em 860 jogos.
O MELHOR FLAMENGO da história, pela única vez campeão da Libertadores e do Mundial de clubes, no mesmo ano (1981), dirigido pelo seu ex-notável meio-campo Paulo Cesar Carpegiani, mantinha dois anos depois, o toque refinado do futebol de alta classe: Raul, Leandro, Marinho, Figueiredo e Junior; Vítor, Adílio e Zico; Élder, Baltazar (Robertinho) e Julio Cesar Barbosa – o time campeão brasileiro de 83, orientado pelo extraordinário Carlos Alberto Torres, imortal capitão do tri em 1970.
Imagem: Estadao-Esportes