Quando Jesus comparou a fé com um grão de mostarda, quis mostrar a importância da crença, ao dizer que “a fé remove montanhas de um lugar para outro”. Foi o que Francisco Rodriguez, de 40 anos, técnico de cinco times modestos, após a carreira de atacante sem brilho em oito equipes pequenas, incutiu na cabeça dos jogadores do Huesca, lanterna do Campeonato Espanhol, para evitar a volta à Série B, no mesmo ano em que o time conseguiu chegar à Série A de uma das Ligas mais importantes da Europa. O incentivo em quase uma hora de conversa deu resultado. 

Técnico Francisco Rodriguez

SEXTA VITÓRIA – Depois de quatro empates consecutivos, um deles o 0 x 0 com o lider Barcelona, o lanterna Huesca voltou a vencer na noite desta terça (23), em seu estádio Alcoraz, no município da comunidade autônoma de Aragão, nordeste do país e a 380 km da capital Madrid. Os 2 x 0 sobre o Eibar, do País Basco, na região norte, mantiveram a esperança do Huesca de não ser rebaixado. E os dois gols, em quatro minutos, ambos no segundo tempo, entraram na lista dos mais bonitos da temporada 2018-19: o do atacante Enrique Gallego, aos 9, e o do meia “Chimy” Ávila, aos 13.

MOSAICO E CAMISA – Torcedores montaram mosaico no estádio Alcoraz, com a figura da cruz de São Jorge, padroeiro de Aragão. O time trocou a camisa com a imagem de São Jorge, montado em seu cavalo, no centro do escudo, e usou o segundo uniforme, com a bandeira de São Jorge sobre uma grande cruz vermelha no peito, em fundo branco, para celebrar a festa do padroeiro do município de Aragão. Com a sexta vitória, o Huesca (29 pontos) passou a lanterna ao Rayo Vallecano (28).

FALTAM QUATRO – Foi a rodada 34 – última do meio de semana – e ainda faltam quatro para o Huesca tentar evitar o rebaixamento. A celebração do dia de São Jorge continuou por toda a cidade e a esperança está renovada. Mesmo tenso e apesar do empate (16 a 16) nas 32 faltas cometidas, o jogo foi tranquilo até o apito final do catalão Medié Jimenez, que mostrou cinco cartões amarelos, quatro para os do Huesca, com razão, bem mais tensos. Mas, no fim, o alívio.

Foto: Mundo Deportivo