A frase do primeiro dia de junho, do diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde, representa uma grande preocupação à situação do futebol brasileiro: “O pior da pandemia ainda vai chegar ao Brasil“. Epidemiologista especializado em doenças infecciosas e saúde pública, o médico irlandês Michael Ryan, de 55 anos, é uma das grandes autoridades mundiais do tema, como líder da equipe responsável pela contenção e pelo tratamento internacional da Covid-19.
NOVA ADVERTÊNCIA – O Dr. Michael Ryan voltou a fazer advertência à diminuição do isolamento social, que a Organização Mundial da Saúde, através de relatórios de seus observadores, mundo afora, têm visto em várias regiões do Brasil, e ressaltou: “O aumento da propagação do vírus, todos os dias, mostra que os casos estão sendo transmitidos sem controle, no Brasil e em outros países das Américas do Sul e Central. Infelizmente, a flexibilização só vai contribuir para agravar a situação”.
BEM DISTANTE – O médico Michael Ryan fez questão também de enfatizar: “Está muito claro para nós, da Organização Mundial da Saúde, que a situação em países sul-americanos ainda se encontra bem distante da estabilização. O pico do contágio vai aumentar, e o que é muito pior: está se aproximando com muita rapidez. No caso do Brasil, pelas nossas observações, o aumento do vírus implicará em colapso ainda maior no sistema de saúde. Por isso, temos insistido ser precipitado diminuir o isolamento social”.
COINCIDÊNCIA – As novas advertências do diretor médico da OMS coincidiram com o anúncio de ontem (1) da Prefeitura do Rio de retomada gradativa das atividades, o que inclui a volta imediata do futebol, como querem Flamengo e Vasco, que usaram o presidente da República para pressionar o prefeito. De acordo com o último boletim da noite de ontem (1), o Rio registrou mais 1.142 casos e 118 mortes, aumentando os números da estatística para 54.530 casos de contaminação e 5.462 mortes. Se a orientação de quem sabe não for seguida, o que está ruim, pode piorar.
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