NA VITÓRIA OU NA DERROTA, o italiano Carlo Ancelotti, cotado para ser o primeiro estrangeiro a dirigir a seleção brasileira, é sempre, ou quase sempre, moderado, mas deveria ser mais expansivo. Afinal, ganhou muito desde
os tempos de bom jogador, com 492 jogos e 41 gols, em uma carreira marcada pelo equilíbrio. Campeão no Parma, no Milan e na Roma, onde formou o meio-campo campeão italiano de 82-83 com outro talento: Paulo Roberto Falcão.

ANCELOTTI É RECORDISTA de seis Ligas dos Campeões, maior torneio de clubes do mundo, quatro no Milan, duas em campo e duas como técnico, e está próximo da terceira comandando o Real Madrid. Nenhum outro ganhou tantas Champions, e a de 2022-2023, entrando em maio na reta das semifinais, seria, apenas e tão-somente, a ampliação de um recorde que se ajusta bem à sua competência, baseada, principalmente, no equilíbrio e na tranquilidade.

MAS OS QUATRO GOLS que o Real Madrid sofreu na derrota de 4 x 2 para o Girona, modesto 9º colocado, com quatro gols do argentino Valentim Castellanos, tiraram Ancelotti do sério, e ele fez o que raramente costuma fazer: aumentou o tom de voz: “Perder nunca é bom, principalmente como perdemos. Mas renovo o compromisso de sabermos nos defender bem, o que não fizemos nesse jogo, como nos sete jogos anteriores, em que não sofremos gol em seis”.

ANCELOTTI frisou bem: “Serei obrigado a repetir todos os dias, caso meus jogadores não tenham entendido. O que não posso é ficar pedindo desculpa aos torcedores e tendo que dizer: hoje não jogamos. O nível individual esteve bem abaixo do normal, e não só de alguns, mas de quase todos”. O técnico não citou nomes, mas deixou a entender que, entre os poucos que se salvaram, está Vinicius Junior. Nem por isso, livre de críticas, principalmente dos analistas.

OS DO DIARIO MARCA, visível defensor do Real Madrid, que escreveram: “Vinicius começa a ser um problema, inclusive entre os próprios companheiros. Discute e troca ofensas com os adversários e torcedores rivais, o que lhe tem causado excesso de advertência, incluídos os cartões. Na derrota em Girona não foi diferente, mas chegou aos 22 gols e a 17 assistências, igualando seus números da temporada anterior, o que lhe deu certo alívio”.

MUNDO DEPORTIVO, outro diário de conceito, publicou na edição impressa desta 4ª (26), que o goleiro ucraniano Andriy Lunin, em 19 jogos sofreu 17 gols, ao substituir o belga Courtois na derrota por 4 x 2: “O Girona jogou sem medo e sem complexo, e poderia ter feito mais, como o Zaragoza fez em 2006, com 4 gols de outro argentino, Diego Milito, nos 6 x 1 da Copa do Rei, quando o goleiro era Iker Casillas, o melhor da história do Real Madrid”.

NESTA 4ª (26), O BARCELONA não aproveitou a chance de abrir 14 pontos de vantagem na liderança, faltando só sete rodadas, ao perder por 3 x 1 para o Rayo Vallecano, um dia depois de o Girona ter vencido o Real Madrid por 4 x 2. Lewandowski se consolidou artilheiro com 18 gols, mais 4 que Benzema, mas Ter Stegen não bateu o recorde de 2014-2015 do chileno Claudio Bravo, então no Real Madrid, que ficou 23 jogos sem sofrer gol.

NA INGLATERRA, o Arsenal, mesmo goleado nesta 4ª (26) pelo Manchester City, ainda é líder em nove rodadas consecutivas e deu a impressão de que voltaria a ser campeão, depois do último título, em 2003-2004, único invicto, mas vai perder a Premier League de 2022-2023 para Pep Guardiola, que tem menos dois jogos. A vantagem do Arsenal caiu para dois pontos: 75 a 73. O City tem um fenômeno chamado Haaland: 33 gols em 27 jogos.

Foto: Reuters e Metrópoles