A mudança de cinco jogadores da defesa, a primeira da história da seleção brasileira a sofrer gol do Panamá, é o atestado de que o técnico Tite está passando recibo do empate em Portugal. Trocar o goleiro, os laterais e os zagueiros, depois do 1 x 1 no estádio do Dragão, não só mostra a decepção do treinador, pelo desempenho dos que está afastando, mas também sua própria falta de convicção na formação que escalou.
A entrada do meia Allan no lugar de Arthur, dos poucos que se salvaram no vexame de sábado, também é difícil de entender, a menos que esteja com algum problema. O técnico vai insistir com Philippe Coutinho, mal no jogo com o Panamá e em declínio no Barcelona. O gol salvou um pouco as aparências de Paquetá, mas Firmino e Richarlison, que não sabe usar a força física, também estiveram abaixo do esperado. Pouco se pode esperar mais de Gabriel Jesus, depois do jejum de gols na Copa e de ser banco no Manchester City.
Não é lícito criar expectativa em torno de rendimento superior, muito menos esperar que a seleção vá encontrar mais dificuldade no jogo desta última terça de março. A República Tcheca demorou para reencontrar o caminho de volta à casa, depois dos 5 x 0 que levou da Inglaterra na abertura das eliminatórias da Eurocopa 2020. É uma seleção fraca, mesmo jogando em Praga. Se tiver competência, ainda que não seja tanta, a seleção brasileira poderá evitar outro vexame.
Foto: Revista ES Brasil