AO DESEMBARCAR com a família, pouco depois das 10 da noite de ontem (26), no aeroporto Santos Dumont, o técnico Tite ficou surpreso com a presença de jornalistas e torcedores, mas pediu licença para não falar sobre o Flamengo. Ele se limitou a dizer: “Estou voltando ao Rio porque aqui tenho casa desde 2016. Por favor, com licença, não tenho mais nada a dizer. Obrigado pela compreensão de todos”.

EMBORA SAMPAOLI tenha dirigido o treino de ontem (26), dois dias depois de perder a decisão da Copa do Brasil, é certo que não comandará o time na volta ao Maracanã, sábado (30), no jogo da 25ª rodada do Campeonato Brasileiro com o Bahia. Mario Jorge, técnico do Sub-23, será o interino, até que o clube acerte a assinatura do contrato do novo técnico, ao que tudo indica, até o final de 2024. Tite pode estrear dia 7 de outubro, na Arena Corinthians, contra o seu ex-clube.

TERCEIRO TÉCNICO a dirigir a seleção em duas Copas do Mundo consecutivas, depois de Zagallo (70 e 74) e Telê Santana (82 e 86), o gaúcho Tite disse após a Copa de 2022 no Catar: “Meu plano é descansar em 2023 e só voltar a trabalhar em 2024, de preferência em um clube ou seleção da Europa”. Tite pretende se livrar de problema crônico no joelho, contraído em 1999, no segundo jogo pelo Guarani, em Campinas, contra o Santo André, quando encerrou a carreira.

TITE VOLTA A DIRIGIR UM TIME, sete anos depois de ter saído do Corinthians para assumir a seleção em junho de 2016. O Flamengo será o 15º de sua carreira, iniciada em 2000 com o título de campeão gaúcho pelo Caxias, aos 39 anos, nascido em Caxias do Sul, na bela Serra gaúcha, em 25 de maio de 1961. Ganhou as Copas do Brasil de 2001 no Grêmio e Sul-Americana de 2008 no Internacional.

SUAS MAIORES CONQUISTAS foram no Corinthians: campeão brasileiro de 2011 e 2015, e campeão da Libertadores e Mundial de clubes de 2012. Consolidou o prestígio na terceira passagem pelo Corinthians, em 2016, quando recebeu o convite da Confederação Brasileira de Futebol para assumir a seleção. Estreou em 1 de setembro de 2016, com 3 x 0 no Equador, em Quito, dois gols do também estreante Gabriel Jesus e um gol de pênalti de Neymar.

DOS 81 JOGOS, A SELEÇÃO DE TITE ganhou 60, sem sofrer gol em 62; empatou 15, e das 6 derrotas, só três em jogos oficiais: 2 x 1 para a Bélgica, nas quartas de final da Copa de 2018; 1 x 0 para a Argentina, na final da Copa América de 2019 no Maracanã, e 1 x 0 para Camarões, na fase de grupos da Copa do Mundo de 2022. A seleção de Tite bateu o recorde do saldo de gols (144), com 174 marcados e 30 gols sofridos nos 81 jogos.

TITE LEVOU A SELEÇÃO à melhor campanha das eliminatórias para a Copa de 2018, com 14 vitórias e 3 empates, sem sofrer gol em 13 dos 17 jogos, superando a marca do conterrâneo João Saldanha, gaúcho do Alegrete, que também embora invicto nas eliminatórias, empatou 1 jogo e perdeu 2, depois de 14 vitórias. Saldanha – 1917 – 1990 – foi demitido porque o general Emílio Garrastazu Médici, gaúcho de Bagé, terceiro presidente da revolução de 31 de março de 1964, queria que o atacante Dario fosse convocado, ao que reagiu: “Ele escala o ministério, eu escalo a seleção”.

Foto: Torcida Rubronegra