À MEDIDA QUE SE APROXIMA a hora da final da 22ª Copa do Mundo, 11ª entre sul-americanos e europeus, primeira no deserto do Oriente Médio do Catar e última das sete com 32 seleções, só aumenta a tensão em torno de Argentina x França. Uma decisão inédita, que, com certeza, será marcada como um dos jogos eternos.
A TENSÃO NÃO ENVOLVE só franceses e argentinos, mas os que são a favor e contra, entre eles o ex-goleiro Julio Cesar, das Copas de 2006, 2010 e 2014: “França! Como brasileiro tenho que torcer pela França. Torcer pela Argentina seria uma hipocrisia. Nenhum argentino jamais torceria pelo Brasil, principalmente numa final”.
JULIO CESAR, hoje aos 43 anos, 87 jogos pela seleção, campeão da Copa América 2004, foi tricampeão português no Benfica, pentacampeão italiano e campeão mundial de clubes na Inter de Milão: “Joguei com Zanetti, Veron, Milito, Cambiasso e Samuel, grandes jogadores argentinos, mas vou torcer pela França”.
ROBERTO CARLOS, vice-campeão em 98 e campeão em 2002, lateral de 106 jogos, 69 vitórias e 8 gols pela seleção, mostrou-se mais moderado, após o jogo das estrelas, ontem (16), no Catar: “Só torceria se o Brasil estivesse na final. Sem a seleção brasileira em campo, só espero um bom jogo e que vença o melhor”.
RONALDO FENÔMENO, entre os convidados especiais da Fifa, disse que esperava Brasil x França na final: “Infelizmente, não acertei na previsão. A França tem confirmado o favoritismo jogo a jogo e penso que o Mbappé, técnico e veloz, pode decidir e ser o craque da Copa. Espero bom jogo e vou aplaudir o campeão”.
ZINHO, TITULAR E CAMPEÃO na Copa de 94, hoje analista dos canais ESPN, diz que a Argentina tem raça e muita pegada: “São fatores importante numa final, mas tecnicamente vejo jogadores mais decisivos na seleção da França. Mbappé, Giroud, Dembélé e Griezmann são peças que se encaixam bem e desequilibram”.
- NA 1ª COPA DO MUNDO, em 1930, no Uruguai, a Argentina venceu a França por 1 x 0, gol do meia ítalo-argentino Luis Monti, único a disputar duas finais consecutivas de Copas do Mundo, por países diferentes: perdeu a de 1930, Uruguai 4 x 2 Argentina, mas ganhou a de 1934, Itália 2 x 1 Tchecoslováquia.
- NA COPA DO MUNDO de 1978, a Argentina venceu a França por 2 x 1. O zagueiro Daniel Passarella fez 1 x 0, e no 2º tempo, o meia Michel Platini empatou. O gol da vitória da seleção do técnico Cesar Luis Menotti, ex-meia-atacante, campeão paulista no Santos em 68, foi do atacante Leopoldo Luque.
- NAS OITAVAS DE FINAL da Copa de 2018, a campeã França venceu a Argentina por 4 x 3, em jogo emocionante de duas viradas, na Arena Kazan, na Rússia. Griezmann 1 x 0, Di Maria 1 x 1. No 2º tempo, Gabriel Mercado 2 x 1, e a virada final da França, com 2 gols de Mbappé. Nos acréscimos, Sergio “Kun” Aguero fez o 3º gol argentino.
- AMANHÃ (18), no último jogo da única Copa disputada no final do ano, França ou Argentina poderá colocar a terceira estrela na camisa. Será a terceira seleção com mais títulos mundiais, depois dos cinco do Brasil e dos quatro da Itália e da Alemanha.
- A FRANÇA TEM SEIS remanescentes de 2018: o goleiro-capitão Hugo Lloris, o zagueiro Raphael Varane, o lateral Theo Hernandez, o meia Antoine Griezmann, o atacante Kylian Mbappé e o técnico Didier Deschamps, que pode ser, 84 anos ou 19 Copas depois, o segundo a ganhar duas Copas consecutivas, o que só o técnico italiano Vittorio Pozzo conseguiu em 1934-1938.
- BOM LEMBRAR: O BRASIL é o único sul-americano campeão do mundo na Europa, na primeira decisão intercontinental, com 5 x 2 na Suécia, em 29 de junho de 1958, no estádio Rasunda, em Estocolmo. Em 10 decisões entre Europa e América do Sul, o Brasil ganhou 5; a Argentina e a Alemanha ganharam duas e a França ganhou uma.
Foto: Van Gaal Franck Fife/AFP e Ronaldo/Redes Sociais.