Escolha uma Página

Três dias depois que os londrinos Chelsea e Arsenal decidiram a Liga Europa, outros dois ingleses voltam a campo neste primeiro sábado (1) de junho para a final da Liga dos Campeões, diante de 64 mil torcedores, no Wanda Metropolitano, estádio do Atlético de Madrid. O goleiro Alisson e o atacante Firmino, do Liverpool, e o meia Lucas Moura, do Tottenham, tentarão o título, ganho até hoje por 1.049 jogadores de 63 países, desde 1956. O Brasil ocupa o sétimo lugar com 51 campeões.

A ITÁLIA LIDERA com 147, mas como não terá nenhum jogador na final deste sábado, poderá ser alcançada pela Espanha, que tem 146 campeões, desde que o lateral Alberto Moreno, de 26 anos, seja escalado pelo Liverpool. A Alemanha tem 130 campeões; a Inglaterra, 71; Holanda e Portugal, 62, e o Brasil, em sétimo, com 51 jogadores campeões.

SEGUNDA FINAL – Onze anos depois, dois times ingleses voltam a decidir a Champions. Em 21 de maio de 2008, o Manchester United foi campeão, ao vencer o Chelsea – 6 x 5, nos pênaltis, após 1 x 1 em 120 minutos -, no estádio Luzhniki, em Moscou. Na decisão deste sábado (1 de junho de 2019), o Liverpool aparece como favorito em todas as apostas, embora a campanha do Tottenham também tenha sido muito boa nas fases antecederam à final. O Tottenham tenta o terceiro título; o Liverpool, o sexto.

OS TÉCNICOS – Maurício Pochettino, argentino de 47 anos, é o técnico do Tottenham desde 27 de maio de 2014. Zagueiro de 86 a 2006, jogou no PSG e Bordeaux, e no Espanyol de Barcelona, onde iniciou como técnico em 2009. Está na Inglaterra desde 2013, quando treinou o Southampton. Jurgen Klopp, alemão de 51 anos, é o técnico do Liverpool desde 8 de outubro de 2015. Zagueiro de 1989 a 2001, ano em que começou como técnico no Stuttgart, cidade onde nasceu.

O ÁRBITRO – Damir Skomina, de 42 anos, é árbitro FIFA desde 2003 e apitou a final da Liga Europa de 2016-17 Manchester United 2 x 0 Ajax. Na Copa do Mundo de 2018, dirigiu a decisão do terceiro lugar Bégica 2 x 0 Inglaterra. Natural de Koper, maior cidade portuária da Eslovênia, na fronteira com a Itália, Skomina fala cinco idiomas.

SEM OS FAVORITOS – O Liverpool eliminou Bayern de Munique, campeão alemão pela sétima temporada consecutiva; FC Porto, vice-campeão português, e Barcelona, campeão espanhol, tido como o maior favorito. O Tottenham eliminou o Dortmund, vice-campeão alemão; o Manchester City, bicampeão inglês, e o Ajax, campeão da Holanda. A final inglesa quebrou os paradigmas do futebol europeu do século 21 e devolveu à Champions o encanto da surpresa do futebol.

Contra todos os prognósticos dos que julgam conhecer o futebol, os ingleses decidirão o torneio mais importante de clubes do mundo, depois de terem passado de fases em segundo lugar em seus grupos. Tottenham e Liverpool chegam a um desfecho inesperado, em que todos se veem diante do surpreendente, em emoção que leva à realidade de que o futebol é bem mais que uma indústria.

GASTO E EXPERIÊNCIA – Apenas três meses depois de a tecnologia começar a limitar certas decisões de alguns árbitros com a utilização do VAR, surgiram resultados surpreendentes. Os vencedores não foram os que investiram para comprar jogadores caríssimos. Tampouco se confirmou a máxima de que a experiência faz a diferença, com a queda de gigantes de milhões de euros, duramente abatidos, como BarcelonaReal MadridJuventus e Bayern, que vão ver a final pela televisão.

500 MILHÕES DE EUROS – 2 bilhões e 200 milhões de reais -, foi o que o Real Madrid gastou desde 2009,  para ganhar quatro títulos em cinco anos. O PSG investiu 700 milhões de euros para ter Neymar, o mais caro do mundo, e só conseguiu ganhar o campeonato francês, entre 2013 e 2019. O Barcelona gastou 220 milhões de euros. (970 milhões de reais). No entanto, o novo campeão – Tottenham ou Liverpool – colherá os frutos de gastos contidos, aplicados com inteligência e em decisões sensíveis de seus técnicos, que preferiram investir na renovação de valores.

COBERTURA – O Liverpool só investiu em duas contratações pontuais: o zagueiro holandês Virgil van Dijk e o goleiro brasileiro Alisson, que custaram 140 milhões de euros – 620 milhões de reais -, nada além de uma simples cobertura do que ganharam com a venda do meia brasileiro Phillippe Coutinho. O Tottenham sequer contratou. O investimento foi na construção do seu ultramoderno estádio, recém inaugurado e que já rende receita fabulosa, com a venda de mais de 10 mil litros de chope, por minuto!!! Qualquer que seja o resultado da final, a glória ficará entre os mais modestos.

MAIS DISPOSIÇÃO – A vitalidade do Liverpool e a juventude do Tottenham se impuseram em um torneio difícil, que exige tanto disposição quanto superação. Os finalistas são os que mais jogaram com vontade, vitalidade, determinação. Tottenham e Liverpool fizeram mais de 50 jogos na temporada, sem se importar com desfalques e sem poupar jogadores na quarta por terem outro jogo no domingo. (Abro parêntesis para dizer que é uma grande indireta aos times brasileiros).