A CERIMÔNIA DE ABERTURA da 22ª Copa do Mundo, primeira no Oriente Médio e última com 32 seleções, teve 55 minutos de duração, com um belo show de luzes, mas sem estrelas no palco da festa, que perdeu muito do brilho.
A PRINCIPAL ATRAÇÃO seria a cantora e dançarina colombiana Shakira, que havia feito espetáculos maravilhosos nas últimas Copas, mas desistiu do acerto com o Catar, por não concordar com a política de violação dos direitos humanos do país.
O SUL-COREANO Jung Kook, da banda de k-pop BTS, e o cantor Fahad Al-Kubaisi, do Catar, se apresentaram sob aplausos protocolares, de vez que suas interpretações não chegaram a empolgar tanto.

UMA DAS FIGURAS da cerimônia foi o consagrado ator Morgan Freeman, de 85 anos, dos mais premiados pelos muitos filmes de sucesso no cinema – um dos melhores a que assisti foi Conduzindo Miss Daisy. Ele contracenou com Ghanim Al Muftah, influenciador muito querido no Catar.
APESAR DO PRESTÍGIO, Morgan Freeman não escapou de críticas nas redes sociais de várias partes do mundo. As mais duras se referiam à limitação da liberdade das mulheres e à perseguição aos homossexuais no Catar. Os críticos ligaram o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para aumentar os ataques ao ator.
MORGAN FREEMAN já se posicionou algumas vezes, e um de seus pronunciamentos mais veementes foi quando um policial branco sufocou por 10 minutos com o joelho e matou o negro George Floyd, em 20 de maio de 2020, atrás de um carro da polícia de Minneapolis, no noroeste dos Estados Unidos.
CAMISAS E BANDEIRAS das 32 seleções abrilhantaram o desfile, que contou também com a participação de mascotes de outras Copas, entre eles o cãozinho Willie, da única Copa na Inglaterra, em 1966, e o leopardo Zakumi, da única Copa na África do Sul, em 2010.

UM DOS MOMENTOS mais marcantes da solenidade foi quando o bilionário Tamin bin Hamad al Thani, de 42 anos, todo-poderoso emir do Catar, que assumiu o trono desde 2013, chegou à tribuna de honra do estádio e acenou para o público. Foi muito aplaudido e em seguida ganhou um abraço afetuoso do presidente da Fifa.
GIANNI INFANTINO, suíço-italiano de 52 anos, presidente da Fifa desde fevereiro de 2016, reeleito para outro mandato até 2026, fez um discurso em que defendeu o Catar das críticas de ser um país alheio aos direitos humanos e que menospreza os homossexuais. Ele se disse orgulhoso com a organização da Copa 2022.

O PRESIDENTE DA FIFA rebateu os europeus, que o criticaram porque a próxima Copa, em 2026, será pela primeira vez em três países – México, Estados Unidos e Canadá – e com 48 seleções. Infantino disse em seu discurso de cinco minutos que “a Fifa acompanha a evolução do mundo no futebol e busca sempre o melhor”.
BOM LEMBRAR que, antes da derrota do Catar para o Equador (2 x 0), os países-sede venceram 16 dos 21 jogos de abertura. Nos outros jogos de abertura das cinco Copas, cinco empates: 0 x 0 Inglaterra x Uruguai (1966) e México x União Soviética (1970); 1 x 1 Espanha x Honduras (1982), Estados Unidos x Suíça (1994) e África do Sul x México (2010), e 2 x 2 Japão x Bélgica (2002).
Fotos: Elsa/Getty Images / Reuters / Divulgação / MANAN VATSYAYANA / AFP