A ideia da contratação de uma técnica sueca para dirigir a seleção brasileira feminina de futebol deve ser muito bem recebida, mas é preciso não esperar que os resultados sejam conseguidos da noite para o dia. Com tolerância e sem o imediatismo da cobrança, é possível alcançar o objetivo. Os jogos da recente Copa do Mundo na França deixaram clara a diferença de preparo, inclusive emocional, o que sempre faz a diferença em favor das europeias.
A reformulação no futebol feminino pode também servir de mudança no futebol da seleção masculina, tão necessitada de uma implantação de novos conceitos. Desde sempre, os dirigentes nunca sequer admitiram um técnico de outra língua no comando da seleção brasileira, contrariando conceitos adotados em outros países onde o futebol tem dado demonstrações bem claras de mais avanço. O futebol brasileiro não pode continuar se iludindo com conquistas como a da Copa América.
As Copas de 2014 e 2018 não deixam dúvida quanto à necessidade de uma reformulação na seleção brasileira, que teve dois de seus piores desempenhos. Em 2014, despediu-se com duas derrotas em que sofreu dez gols e marcou um, com a mancha de um 7 x 1 que ficará para sempre que se contar a história do futebol. Em 2018, eliminado pela Bélgica, sem tradição, treinada por um espanhol. Há tempo de mudança para 2022. A menos que se pretenda completar cinco Copas sem título.
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