QUANDO O PLACAR DO MARACANÃ exibiu a renda de Flamengo x São Paulo, R$26.343.300,00, os torcedores vaiaram o recorde de jogos entre clubes brasileiros, ainda revoltados com os preços exorbitantes praticados pelo Flamengo. O clube foi notificado pelo Procon, do Rio de Janeiro, que fiscaliza, mas nem sempre pune aumentos abusivos, tanto que, inexplicavelmente, acabou arquivando o processo. O Flamengo justificou o aumento pela “oferta e demanda”.

O VALOR DOS INGRESSOS variou de R$400 a R$1.500 e a R$4.500. Vários torcedores não só exibiram os ingressos com os preços, e um deles, entre os que pagaram R$400, comentou: “Esse time não merece a torcida que tem. Pagar 400 reais para ver esse time sem vergonha é uma grande afronta”. Outro torcedor disse: “A diretoria deve estar contente e feliz com a renda, mas os torcedores não comemoram milhões nos cofres do clube, só vitórias e títulos”.

REAÇÕES DE DORIVAL E SAMPAOLI

OS JOGADORES DO SÃO PAULO foram unânimes em atribuir méritos ao técnico pela atuação, como resumiu o capitão Rafinha: “O Dorival mentalizou e preparou bem a equipe para o jogo”. Por sua vez, o técnico Dorival Junior disse: “Sinto prazer em dirigir jogadores compenetrados de suas obrigações e cumpridores dos seus deveres. A vitória foi importante, mas só ganhamos o primeiro jogo. Conheço bem o adversário e sei que precisaremos jogar muito mais no segundo jogo”.

DORIVAL JUNIOR NEGOU qualquer vingança do Flamengo, por não ter tido o contratado renovado após ganhar a Copa do Brasil e a Libertadores de 2022: “Foi uma opção do clube e só guardo boas lembranças do Flamengo por ter sido bem tratado por todos”. Dorival também disse que “não ter que viajar para o jogo de 4ª feira (20) com o Fortaleza é uma vantagem para o descanso dos jogadores”. O técnico deve poupar a maioria dos titulares”.

JORGE SAMPAOLI justificou o chute nas grades de proteção, ao voltar ao vestiário antes do final do 1º tempo: “Fiquei irritado, imaginando que o time não rendeu bem por minha causa. O nervosismo é natural em um jogo dessa importância, mas tento evitar que os jogadores se sintam menos tensos”. Sobre a saída, antes de o árbitro apitar o fim do 1º tempo, Sampaio resumiu: “Saí porque o quarto árbitro me disse que o tempo estava encerrado”.

NA PARADA TÉCNICA para hidratação, aos 28 minutos do 1º tempo, Dorival Junior usou uma prancheta para orientar os jogadores, enquanto Jorge Sampaoli bebia água e as instruções eram passadas por um de seus assistentes. Foi fácil notar que os jogadores do São Paulo estavam mais atentos ao que dizia o técnico.

SEGUNDO ARTILHEIRO ESTRANGEIRO

O GOL QUE DECIDIU o jogo foi o primeiro marcado na Copa do Brasil pelo argentino Jonathan Calleri, segundo maior artilheiro estrangeiro do São Paulo, a seis dias de completar 30 anos, nascido em 23 de setembro de 1993, na capital Buenos Aires. Com mais de 150 jogos e 60 gols, Calleri superou outro argentino, Antonio Sastre, com 58 gols em 129 jogos, entre 1943 e 1946, quando foi três vezes campeão paulista (43-45-46), formando dupla com Leônidas da Silva.

O MAIOR ARTILHEIRO estrangeiro do São Paulo, Pedro Rocha (3/12/1942 – 2/12/2013), meia uruguaio de técnica refinada, com 119 gols em 375 jogos, entre 1970 e 1977, campeão paulista em 1971 e 1976 e campeão brasileiro em 1977. Na visão do ex-técnico Rubens Minelli, paulistano de 94 anos, tricampeão brasileiro (75-76 no Internacional, 77 no São Paulo), “Pedro Rocha foi um jogador cerebral, técnico, criativo e que antevia as jogadas como poucos que dirigi”.

JONATHAN CALLERI vai completar 30 anos na véspera do segundo jogo da decisão da Copa do Brasil. Revelado em 1999 no All Boys, de Monte Castro, bairro de Buenos Aires, Calleri jogou em 2014-15 no Boca, que o negociou com o Deportivo Maldonado, do Uruguai, time em que nunca jogou. De 2016 a 2022, foi emprestado a seis clubes: São Paulo, West Ham, Las Palmas, Alavés, Espanyol e Osasuna, até voltar ao São Paulo em 2021.

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