QUEM VIU, COMO EU VI, JOGOS HISTÓRICOS ENTRE VASCO e CRUZEIRO, como o da decisão da Série A do Campeonato Brasileiro, com 112.993 pagantes, na noite de 1 de agosto de 1974, no Maracanã, só pode sentir vontade de chorar, com o que viu, de arremedos de times, no 1 x 1 deste domingo (19), em São Januário, na abertura da rodada 25 da Série B. Merecido castigo para equipes medíocres, sem competência para voltar a figurar em 2022 na primeira divisão.

O MESMO ERRO – No segundo jogo sob a orientação de Fernando Diniz, terceiro a dirigir o time na Série B, o Vasco repetiu o erro da estreia, ao ceder o empate nos acréscimos, como se viu quatro dias antes em Maceió, no 1 x 1 com o CRB, quando a vitória também parecia definida. O gol de empate do zagueiro Ramon, livre na pequena área, no minuto final dos acréscimos, aos 49, foi de uma desatenção imperdoável da defesa do Vasco.

POR QUE SAIU? – Autor do gol que levou o Vasco em vantagem para o intervalo, Nenê organizava bem a equipe, que se viu obrigada a recuar com a pressão do Cruzeiro. Com exceção de uma defesa a escanteio, o goleiro Fabio não foi exigido no segundo tempo, depois de uma cabeçada de Morato e um chute de Cano no canto ainda no primeiro tempo. A saída de Nenê, que demonstrava estar bem, levou o rendimento do Vasco ao declínio e o Cruzeiro tomou conta do jogo.

GOL ANULADO – Antes que o Cruzeiro empatasse, o Vasco chegou a comemorar o segundo gol, de Daniel Amorim, que substituiu Cano e deveria ter entrado antes, diante do baixo rendimento do atacante argentino. O árbitro goiano André Luis Castro viu toque do meia Gabriel Pec, antes de lançar Daniel Amorim, e anulou o gol. Os protestos dos jogadores do Vasco só vieram após o apito final, quando o árbitro também foi interpelado pelo técnico Fernando Diniz.

VASCO EM NONO – O empate fez o Vasco subir ao nono lugar, com 34 pontos, mas a posição pode ser alterada no complemento da rodada. O Vasco cairá, se o Remo, com 33, vencer o Guarani, terça (21), em Campinas; o Operário, com 34, ao menos empatar com a Ponte Preta, quarta (22), em Ponta Grossa, e o CSA, com 32, vencer o Botafogo, quinta (23), em Maceió. O próximo jogo do Vasco, pela rodada 26, será sexta (24), fora de casa, com o Brusque.

NEM A METADE – Em se tratando de evento-teste, o Vasco só colocou 1000 ingressos à disposição dos torcedores, mas sequer vendeu a metade, possivelmente pelo valor unitário de 250 reais. Foram vendidos 309 ingressos e a renda foi de 77 mil 250 reais. Apesar de todos os cuidados do clube, que seguiu à risca o protocolo das autoridades sanitárias municipais, aglomerações e muitos sem máscara, em São Januário. No final, protestos e ofensas ao presidente do clube.

VANDERLEI, Leo Matos, Ricardo, Leandro Castan e Riquelme (Valber); Andrey, Marquinhos Gabriel e Nenê (Bruno Gomes); Leo Jabá, Cano (Daniel Amorim) e Morato (Gabriel) – o Vasco do segundo empate consecutivo sob a direção de Fernando Diniz. Bom dizer: dos 7 empates do Vasco, 1 em casa – 1 x 1 com o Náutico – e 3 fora – 1 x 1 com Ponte Preta e Coritiba e 2 x 2 com CSA -, com Marcelo Cabo, e o único empate com Lisca, 1 x 1 com o Brasil, em São Januário.

Foto: UOL / Esporte