Em jogo de muita emoção e com três pênaltis, a virada (2 x 1) da Chapecoense sobre o Internacional devolveu a liderança ao São Paulo e deixou o Vasco em antepenúltimo, no encerramento da vigésima quinta rodada do Brasileirão 2018, na noite desta segunda (17), com recorde de público do ano – 16.981 pagantes -, na Arena Condá, no oeste de Santa Catarina. Bom lembrar: foi a décima nona virada do campeonato, a terceira da Chapecoense nas últimas oito rodadas, todas por 2 x 1 e em casa, no Corinthians, Atlético Paranaense e a desta noite sobre o Internacional

PRIMEIRO PÊNALTI – O primeiro gol da história do Inter na Arena Condá foi do uruguaio Nico Lopez aos 25, cobrando pênalti do goleiro Jandrei em Pottker. A Chapecoense empatou aos 36, com o gol de cabeça de Leandro Pereira, após cruzamento da direita do lateral Eduardo, quatro minutos depois de Diego Torres acertar a trave do Inter em cobrança de falta. O primeiro tempo foi muito tenso e na saída do intervalo o zagueiro Nery Bareiro deu empurrão no atacante uruguaio Jonathan Alvez, do Internacional.

SEGUNDO PÊNALTI – Na virada da Chapecoense, por coincidência, no mesmo minuto (36) de seu primeiro gol, Leandro Pereira converteu o pênalti cometido com o braço pelo zagueiro argentino Victor Cuesta, expulso, após o cruzamento de Bruno Silva. O Internacional entrou em pânico com a virada, com a perda da liderança e da invencibilidade de nove jogos e tentou de tudo, sem conseguir o empate, que o manteria em primeiro lugar. A Chapecoense soube manter a consistência defensiva.

TERCEIRO PÊNALTI – Os cinco minutos de acréscimos, bem aplicados pelo árbitro Wagner Magalhães, da Federação do Rio, deram alento ao Internacional. Aos 50 minutos, Leandro Damião, que havia substituído Jonathan Alvez, foi empurrado pelo lateral Barreto e o árbitro, com acerto marcou. Leandro Damião fez a cobrança à meia altura, do lado direito e Jandrei defendeu, não sem antes fazer o sinal da cruz, como bom e fervoroso católico.

ÚLTIMA DEFESA – Não foi só com quatro defesas excepcionais, além do pênalti, que Jandrei ajudou a Chapecoense na sexta vitória do Brasileirão 2018. No último lance, aos 51 minutos, o meia argentino D’Alessandro cobrou falta de curva e Leandro Damião emendou de pé direito na pequena área. Jandrei se esticou e com o pé esquerdo fez a última defesa, com o árbitro apitando em seguida o fim do jogo, sob delírio dos torcedores na Arena Condá.

CHAPE DE CORAÇÃO – Gaúcho de Itaqui, 670 km ao sudeste de Porto Alegre, Jandrei Chitolina Carniel, pisciano de 1 de março de 93, 1,86m, formado na base e no juvenil do Internacional, de 2006 a 2014, saiu sem ter chance de sequer um jogo no time principal. De 2014 a 2016 jogou no Novo Hamburgo, a cidade dos bons sapatos, e em 2016/17, no Atlético Tubarão, sul de Santa Catarina. No dia de seu aniversário de 24 anos, em 2017, foi emprestado à Chapecoense. Jandrei não esconde: “A Chape é o clube do meu coração”.

ACORDO ROMPIDO – Jandrei não esquece da estreia, 2 x 1 no Lanús, na Argentina, em 17 de maio de 2017, pela Libertadores. Há pouco mais de três meses, assinou contrato em 11 de junho de 2018 com a Sampdoria, de Gênova (Itália), mas, ao completar 66 jogos pela Chapecoense, rompeu o acordo para continuar em Chapecó até dezembro. O que ele mais quer é continuar contribuindo para que o time pemaneça na Série A do Brasileirão.

UMA HONRA – Participante do Brasileirão desde 2014, a Chapecoense se sente muito honrada em ser um dos cinco times que até hoje não foram rebaixados, junto com Flamengo, Cruzeiro, São Paulo e Santos. Jandrei ressalta: “É uma honra, porque na comparação com equipes do prestígio e das grandes conquistas nacionais e internacionais do Flamengo, São Paulo, Cruzeiro e Santos, a Chapecoense tem seu espaço de destaque como time sem tanta badalação”.

DUAS POSIÇÕES – A Chapecoense, do técnico paulista Guto Ferreira, subiu duas posições e terminou a rodada em décimo sexto com 28 pontos – 6 vitórias, 10 empates, 9 derrotas, 26 gols marcados e 36 sofridos -, puxando o Ceará, com 27 pontos, para o décimo sétimo, e fazendo o Vasco, com 25, cair para o antepenúltimo lugar. A Chapecoense terá uma semana só para treinos, preparando-se para o jogo da próxima segunda (24), de novo em casa, com o Fluminense. 

PARTE DE CIMA – Com a quarta derrota, o Internacional caiu para a vice-liderança com 49 pontos – 14 vitórias, 7 empates, 32 gols a favor e 15 contra – e o São Paulo reassumiu a liderança com 52 pontos – 14 vitórias, 8 empates, 3 derrotas, 36 gols pró e 19 contra -, o que deve atrair mais um grande público ao Morumbi, no único jogo do próximo sábado (22), às 16 horas, com o América Mineiro, décimo segundo com 30 pontos.

INTERNACIONAL voltará a jogar fora de casa na próxima rodada, domingo (23), às 16 horas, com o Corinthians, na Arena Corinthians, em Itaquera, zona leste da capital paulista. O técnico Odair Helmann não contará com o zagueiro Victor Cuesta, suspenso hoje, mas terá o retorno do apoiador Rodrigo Dourado, que cumpriu suspensão e fez muita falta ao time na derrota desta noite em Chapecó.

Foto: Sirli Freitas | Chapecoense / Divulgação / BJ