Foto: Alexandre Durão
Cinquenta mil torcedores fizeram a última grande festa de 2018 do futebol, prestigiando na noite desta quinta (27) o Jogo das Estrelas no Maracanã, onde Zico – ídolo da Nação rubro-negra – brilhou mais de quinze anos, tornando-se o principal artilheiro do então maior estádio do mundo com 333 gols em 435 jogos. Ele marcou dois belos gols, um de cavadinha, outro de cobertura. E mais uma vez os torcedores fizeram o coro “Ei, ei, ei, o Zico é o nosso Rei”. Zico não escondeu a emoção ao ser ovacionado.
Mais uma vez, Zico reuniu nomes expressivos no maior jogo beneficente do recesso do futebol brasileiro. O time em que jogou, todo de vermelho, contou com Julio Cesar, Ronaldo Angelim, Aldair, Mozer e Júnior; Lucas Paquetá, Kaká, Petkovic e Zico; Adriano e Vinícius Júnior, que disse ter realizado o sonho de participar de um jogo ao lado de seu maior ídolo. Na outra equipe, toda de branco, Carlos Germano, Jorginho, Marcio Santos, Sorin, Seedorf, Renato Gaúcho, Claudio Adão e Gabigol.
RECORDISTA – Júnior, recordista de jogos com a camisa do Flamengo – 876, de 6/11/74 a 19/8/83, com 508 vitórias e 78 gols – saiu aplaudido de pé. Em 19 anos de carreira, 1.035 jogos, 96 gols, incluindo as atuações nos italianos Torino (84 a 87) e Pescara (87 a 89), mais os 88 jogos pela seleção, de 79 a 92, com duas Copas do Mundo, em 82 e 86. Júnior resumiu: “O Zico faz uma festa linda e os torcedores prestigiam porque sabem que a renda tem destino filantrópico certo”.
EMOÇÃO CERTA – Zico recorda que os primeiros jogos beneficentes foram em 2004-05 e 06, no CFZ, onde a cada evento público e doações aumentavam: “Começamos com duas mil pessoas doando 850 kg de alimento não perecível e logo o número aumentou para cinco mil e sete mil torcedores, até chegarmos ao Maracanã, em 2007”.O Jogo das Estrelas começou como Pelada do Zico e foi idealizado por seu filho Júnior Coimbra, até hoje responsável pela organização geral.
NO MORUMBI – O Jogo das Estrelas foi realizado em 2011 e 2012 no estádio do Morumbi, que recebeu em torno de 40 mil torcedores em cada um dos eventos. Zico promoveu a volta do jogo ao Maracanã em 2013, a fim de celebrar a décima edição no seu palco preferido. Em 2014, fez homenagem aos estrangeiros que se destacaram no Brasil – Hugo De León, Daryo Pereira, Rincon, entre outros – e em 2015 reverteu a renda para as vítimas do desastre ambiental da cidade mineira de Mariana.
ESTÁTUA – O Jogo das Estrelas de 2009 teve brilho especial porque marcou a inauguração da estátua de Zico no Maracanã. No ano seguinte, com o início das obras para a Copa do Mundo de 2014, o jogo foi realizado no estádio Nilton Santos, sem que perdesse o brilho e a presença marcante dos torcedores, sempre muito fiéis ao seu maior ídolo. Bom dizer: Zico é um dos quatro do futebol brasileiro a figurar no Hall da Fama da Fifa, com Pelé, Garrincha e Didi.
GABIGOL E O FLAMENGO – Com o término do empréstimo e a volta à Inter de Milão, o artilheiro do Brasileirão 2018, com 18 gols, está nos planos do Flamengo para a campanha de 2019. Gabriel Barbosa, tratado como Gabigol, confirmou a conversa com o vice-presidente do clube, mas não deu sequência na resposta. Quando ainda estava no Santos, ele havia manifestado interesse em jogar no Flamengo, mas sempre falando de modo evasivo: “Um dia eu visto a rubro-negra, só não sei quando”.
RENATO GAÚCHO, técnico do Grêmio, participou da festa e confirmou que Paulo Victor, ex-Flamengo, será o goleiro titular em 2019, com a venda de Marcelo Grohe por três milhões de dólares, quase 12 milhões de reais, para o Al Ittihad, da Arábia Saudita. O goleiro fez 408 jogos pelo Grêmio, sendo campeão da Libertadores, Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana e quatro vezes campeão gaúcho. Grohe vai completar 32 anos dia 11 de janeiro.
BOM LEMBRAR – Marcelo Grohe, 1,88m, jogou no Grêmio de 2015 a 2018 e por duas vezes estabeleceu recordes sem sofrer gol, com o total de 1.663 minutos. Da primeira vez, em 2014, ficou 803 minutos sem ser vazado, e da segunda, em 2018, ampliou o recorde para 860 minutos. Renato Gaúcho disse que “os jogadores do Grêmio tiveram grande valorização e que não seria justo convencer Marcelo Grohe a ficar, se ele próprio demonstrou interesse em sair, pela chance de ganhar muito mais”.