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Em mensagem repassada de emoção, gravada pela TV A Bola, de Lisboa, Zico deu parabéns aos campeões de 2020-2021 da Primeira Liga: “Espero que o Sporting continue assim. Lá no céu, meu pai está feliz, pulando de alegria com a campanha maravilhosa. Ele era um torcedor que sentia muita paixão pelo Sporting, e eu, ao ver o Sporting campeão, sinto alegria em dobro, ao me lembrar dos domingos, em nossa casa em Quintino. Meu pai preparando o bacalhau e eu ouvindo os jogos”.

UM SENHOR CLUBE –  Zico lembra que “há alguns anos, graças ao meu amigo Gregory, pude conhecer o Sporting, um senhor clube, modelo de organização; seu belo estádio; seu lindo museu e sua gente atenciosa, educada, que sabe receber bem”. O maior ídolo e artilheiro do Flamengo e do Maracanã, hoje executivo do Kashima – 65 jogos, 48 gols, em três anos -, tem estátua em tamanho natural, simbolizando a importância da sua técnica no desenvolvimento do futebol no Japão e em toda a Ásia. 

CHAMPIONS 2022 – Zico elogia a campanha do Sporting, destacando o trabalho do jovem técnico Ruben Amorim, lisboeta de 36 anos, dos mais jovens em toda a Europa: “Vê-se com clareza o trabalho do treinador. O Sporting é uma equipe estruturada, que joga com firmeza e determinação. Independente dos valores individuais, como o artilheiro Pedro Gonçalves, é um conjunto harmonioso, o que reflete a competência do trabalho do técnico. Que siga assim na Champions 2022”.

JOSÉ ANTUNES COIMBRA, o pai de Zico, caçula dos seis irmãos, nasceu em 1901 em Tondela, distrito de Viseu, província da Beira Alta, e aos 10 anos chegou ao Brasil. Goleiro amador, foi tricampeão em 39-40-41 no Clube Municipal, da Tijuca, mas o dono da padaria, vascaíno, onde trabalhava, não o deixava treinar no Flamengo. Ele então indicou Jurandir, seu reserva no Municipal, titular do time do primeiro tricampeonato, antes do Maracanã, em 42-43-44. 

O SOGRO E A CERÂMICA – Pouco depois, José Antunes foi admitido motorista da cerâmica do pai de Matilde, com quem se casaria e seria pai de Maria José – Zezé, assim tratada pela família -, Antunes (Zeca), artilheiro que também brilhou no América e no Fluminense; Nando, Edu – maior ídolo e artilheiro da história do América -, Tonico e Zico, que o excelente narrador Celso Garcia, companheiro de tantos anos no rádio, levou para treinar no Flamengo, na época do futebol na Gávea.

DIFÍCIL DIZER – Celso vibrava muito com as vitórias e com os gols de Zico, maior artilheiro do Maracanã, com 435 gols em 333 jogos, e do Flamengo, com 509 gols em 732 jogos. No total de seus 587 jogos, Zico fez 101 gols de falta, alguns tendo como referência a posição, atrás da trave, dos repórteres de rádio. Difícil é dizer o que era melhor em Zico: dribles curtos, arrancadas, precisão nos passes, antevisão (ele não via; antevia), cobrança de falta e finalização com a bola rolando. Não à toa, único capitão campeão da Libertadores e do Mundial de clubes no mesmo ano. Cobri, lado a lado, as duas grandes campanhas em 81.

Foto: A BOLA