SÍMBOLO DE UMA GERAÇÃO que marcou época na história centenária do clube, Pinheiro defendeu o Fluminense em 722 jogos – 605 como zagueiro, que se destacou aos 15 anos como campeão sul-americano Sub-17, e 117 como técnico do time principal e das divisões de base, em que revelou vários jogadores, entre eles Edevaldo, Pintinho, Cleber, Rubens Galaxe, Zezé e Robertinho -, e formou o trio final mais famoso dos anos 50 do futebol carioca, com Castilho, Píndaro e Pinheiro, brilhantes de 1949 a 1955.
PINHEIRO ESTREOU na equipe principal vencendo o Nacional do Uruguai por 2 x 1, em amistoso nas Laranjeiras, em 11 de agosto de 49. Foi campeão carioca em 1951, e em 1952 ganhou a Taça Rio, o Mundial de clubes da época, e o Pan-Americano no Chile, onde o Brasil sofreu só dois gols, ao vencer por 4 x 2 o Uruguai, com sete da Copa de 50, entre eles Gigghia, autor do gol da virada (2 x 1). Titular da Copa de 54 na Suíça, Pinheiro ganhou 12 dos 17 jogos pela seleção, e fez o único gol no último jogo, em 18 de setembro de 55, no 1 x 1 com o Chile, no Maracanã, ganhando a Taça Bernardo O’Higgins.
PINHEIRO FOI CAMPEÃO invicto do Torneio Rio-São Paulo de 1957, o primeiro ganho por um time carioca, depois de nove anos de títulos das equipes paulistas. Castilho havia amputado a metade do dedo mínimo da mão esquerda, o goleiro foi o paraguaio Victor Gonzalez, emprestado pelo Vasco, e Pinheiro formou a zaga com Jair Marinho, quarto lateral que atuou a seu lado, depois de Bené, Lafaiete, Cacá e Roberto. Em 58, Pinheiro ganhou a braçadeira de capitão.
PINHEIRO FOI O TÉCNICO das três primeiras das cinco Copas São Paulo de juniores, que o Fluminense ganhou em 71, 73, 75. Campeão carioca Sub-20 em 70, 75, 76, foi promovido a técnico da equipe principal em 77 pelo vice-presidente Haylton Reis Machado, que me honrou com o convite para cobrir o torneio de Huelva, no Sul da Espanha, onde o Fluminense ganhou o Troféu Colombino. Pinheiro foi o técnico da primeira, das seis Copas do Brasil que o recordista Cruzeiro ganhou, em 1993.
CAMPISTA DE 13 DE JANEIRO de 1932, Pinheiro iniciou como goleiro do Americano, passando depois a zagueiro. Morreu aos 79 anos, em 30 de agosto de 2011. Único jogador da história do clube, velado no salão nobre da sede social da Rua Álvaro Chaves 41, nas Laranjeiras. João Carlos Batista Pinheiro, passado sempre presente no coração dos tricolores.
Fotos: Twitter Fluminense, o Explorador e Cidadão Fluminense